quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ações: fundos de índices são opção barata para diversificar

Simplicidade e custo menor em relação à compra de ações avulsas. Esses são os dois maiores benefícios dos fundos de índice ou Exchange Traded Funds (ETFs). Esse tipo de fundo, negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) como se fosse uma ação, tenta obter o mesmo retorno de determinados índices. Ele é diferente do fundo de investimento em ações (FIA), que faz uma gestão ativa, buscando um rendimento superior a um índice conhecido, e também está sujeito a outras taxas.

Ao comprar cotas (no mínimo dez, para ingressar nesse mercado) de um fundo como o BOVA11, que replica o índice Ibovespa, por exemplo, a pessoa física reúne em uma só operação o desempenho de todos os 69 papéis que compõem o índice. Comprando esse ETF, o investidor consegue reunir as 69 ações do Ibovespa em apenas uma operação, uma forma muito mais barata do que comprar cada um dos papéis pagando taxas em 69 operações.

Por isso, especialistas dizem que o ETF é um instrumento que dá acesso à estratégia de diluição de risco ao facilitar a diversificação de ações.

"O fundo é bom para quem não quer se sujeitar ao risco de oscilação de uma ação específica ou de um grupo de algumas ações", diz o superintendente de estratégia e produtos da Santander Corretora, Hugo Azevedo.

Outra vantagem do ETF, desta vez em relação a fundos de ações, é que a excução das ordens de compra e venda do investidor são feitas durante o mesmo pregão em que foram pedidas, ao contrário dos fundos tradicionais de investimento em ações, em que é preciso aguardar o fechamento do mercado - e a cotação ponderada da cota no dia - para vendê-las no dia seguinte. Ou seja, nos fundos de investimento nem sempre o preço da cota do investidor no momento em que ele dá a ordem de venda é o mesmo de quando ela efetivamente será vendida.

O valor das cotas dos ETFs é atualizado a cada 15 minutos no site da Bovespa e no painel de controle dos home brokers.

A maior desvantagem dos fundos de índice é a tributação do Imposto de Renda. Não há nenhuma isenção, e os ganhos de capital são tributados em 15% no momento do resgate das cotas, assim como nos fundos de investimento em ações. Quando o investidor compra diretamente papéis, sem ser via fundos de investimento ou ETFs, a pessoa física só paga na fonte o valor que ultrapassar R$ 20 mil no mês.

Em relação à burocracia, com investimento em ETFs o investidor precisa enviar à Receita Federal, se vendeu a cota, todo mês um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) declarando o ganho que obteve. Nos fundos de investimento o imposto já fica retido pela corretora quando o investidor resgata a cota, o que o isenta de enviar o Darf.

Quais são os ETFs
Os atuais fundos brasileiros são os que replicam os índices Ibovespa (BOVA11), IBrX-100 (BRAX11), Consumo (CSMO11), Mid-Large (MILA11), Imobiliário (MOBI11), Small Caps (SMAL11) e IBrx-50 (PIBB11).

Esses fundos são geridos por uma instituição financeira. A BlackRock controla os seis primeiros e o Itaú gere o PIBB11, o primeiro criado no Brasil. Recentemente, o Itaú recebeu licença da Bovespa para gerir outros dois fundos de índices, um de sustentabilidade, com base no índice ISE, e um de governança corporativa, que espelhará o IGCT.

Os gestores são responsáveis por ajustar, no fundo, a composição e o peso que cada ação exerce no índice em que se espelha.

Para o presidente-executivo da BlackRock, Luiz Felipe Pinheiro de Andrade, os fundos de índice podem satisfazer todos os perfis de investimento. "Os ETFs mais tradicionais, como os que replicam Ibovespa ou Small Caps (ações de pequenas empresas), são fantásticos para os mais conservadores, que querem investir a longo prazo, e os que acompanham índices setoriais, como imobiliário e consumo, são melhores para o investidor mais agressivo", afirma.

Compra e taxas
Para adquirir uma cota de ETF, o investidor deve se dirigir a uma corretora, que será responsável pelas negociações. Cada corretora cobra, por investidor individual, uma taxa de corretagem, que pode ser fixa por operação realizada ou percentual em relação ao investido; uma taxa de custódia das ações (que nem sempre é cobrada); e emolumentos, enviados à Bovespa, sobre operações normais (0,0285%) ou compra e venda no mesmo pregão, o chamado day trade (0,019%).

Ao contrário dos fundos de investimento em ações, além dessas taxas, o investidor de ETF paga uma de gestão à instituição que gere o fundo, que já vem embutida no valor da cota que ele adquire. Essa taxa é usada pela gestora para administrar o fundo e pagar royalties para a Bovespa pelo uso do índice como referência.

Nos fundos de investimento em ações, a taxa da gestora não existe.

Alguns fundos de índice podem cobrar também uma taxa de performance - uma porcentagem do que superar o rendimento do índice em que se baseia seu rendimento, apesar de esse não ser seu objetivo.

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