Beber cerveja sem ficar com hálito ruim? A AmBev lança na próxima sexta-feira uma cerveja mais leve e que não deixa o consumidor com o "bafo" de cerveja.
Mais cara que a tradicional, a nova cerveja, a Skol Beats, tem preço sugerido para os supermercados de R$ 1,39 a R$ 1,59, contra R$ 0,85 a R$ 0,99 da tradicional.
Segundo o gerente de marketing de Skol, Carlos Lisboa, o preço reflete o custo maior da cerveja, que além de levar ingredientes mais caros, ainda tem uma escala de produção menor e uma embalagem mais sofisticada.
A expectativa de Lisboa é que a Skol Beats encontre aceitação imediata no mercado. A a cerveja desembarca agora em São Paulo, Campinas e litoral paulista, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Búzios e Belo Horizonte. A partir de 2003, quando começará também a campanha em televisão, a distribuição será iniciada para as demais regiões do país.
"Depois de rodar por três praças de venda, deu para perceber que a aceitação será muito rápida, praticamente automática. Em uma ou duas semanas, já esperamos ter a cerveja em quase todos os pontos de venda", disse.
Pesquisa
Durante um ano de pesquisa, a Skol tentou desenvolver um produto com características para satisfazer o consumidor fora de uma mesa de bar: menos amargor, menor sabor residual e, por consequência, sem deixar marcas no hálito do consumidor. Além disso, o teor alcoólico (5,2§) é ligeiramente superior ao da Skol tradicional (4,7§).
O lúpulo - um dos principais ingredientes usados na cerveja - é diferente do tradicional, o que resulta no menor amargor e no odor mais discreto. Daí também o preço mais alto.
A empresa também investiu em uma embalagem estilosa: toda transparente, com rótulo metalizado apenas no gargalo, sinuosa e com o nome ""Skol" gravado em relevo. ""Nosso objetivo era reforçar nossa presença em outras ocasiões que não tinham muito a presença de cerveja. Nessas ocasiões, o consumidor prefere uma embalagem individual e se importa mais com o estilo e a marca", disse Lisboa.
Hoje a Skol detém 32,5% do mercado cervejeiro, segundo pesquisa da AC
Nielsen de setembro de 2002. Além disso, a marca conquistou, pela primeira vez este ano, o prêmio Folha Top of Mind como a marca de cerveja mais lembrada pelos consumidores, superando a Brahma e a Antarctica, também da AmBev.
Embora Lisboa ressalte que o produto não vise nenhum nicho específico, a campanha de divulgação terá como alvo os jovens de 18 a 25 anos das classes A e B, uma tradição da marca. Mas pelas características do produto - o sabor mais suave, por exemplo - é possível apostar que as mulheres devem ser conquistadas com maior rapidez.
Essa não é a primeira vez que a Skol lança algo inédito no mercado: ela foi a primeira cerveja em lata do país, tanto em flanders quanto em alumínio, além de modernizar o mercado com as embalagens long neck e lata de 500 ml.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
A discografia de Roberto Carlos, álbum por álbum
Veja os destaques dos 44 discos do cantor, que completa 70 anos em 19 de abril
“Louco por Você” (1961)
É o célebre disco proscrito por Roberto Carlos, que jamais permitiu sua reedição em qualquer formato. Jovem, ele iniciava jornada inseguro e indeciso, ora namorando o rock norte-americano, ora soando como um João Gilberto bem mais ligeiro e diluído. Destaque: “Louco por Você”
“Splish Splash” (1963)
Roberto abraça o rock e a música jovem, e assim começa a adquirir consistência e identidade. O roqueiro rebelde que incendeia comportamentos adolescentes já convive no mesmo corpo com o cantor romântico de baladas como “Na Lua Não Há” e “Professor de Amor”. Destaques: “Parei na Contramão”, “Splish Splash”
“É Proibido Fumar” (1964)
Em seu auge como roqueiro e rebelde, RC se esparrama pela sensualidade (“Um Leão Está Solto nas Ruas”), pelo soul rasgado de dor (“Nasci para Chorar”) e pelo romantismo açucarado (“Rosinha”). Destaques: “O Calhambeque”, “É Proibido Fumar”
“Roberto Carlos Canta para a Juventude” (1965)
O início influenciado pelas vertentes “adultas” da canção de fossa e da bossa nova é rapidamente apagado, e a gravadora CBS (hoje Sony) investe na estratégia, até aqui inédita, de associar a música popular com um movimento essencialmente jovem. Destaques: “História de um Homem Mau”, “Não Quero Ver Você Triste”, “A Garota do Baile”
“Jovem Guarda” (1965)
O tema “juventude” chega ao ápice com o batismo do nome do movimento, jovem guarda, imediatamente aproveitado pela TV Record para titular o avassalador programa dominical apresentado por Roberto, Erasmo Carlos e Wanderléa. A imagem transgressora (como no rock anticasamento “Não É Papo pra Mim”) continua a ser vendida em paralelo com a fofura romântica-juvenil de “Escreva uma Carta, Meu Amor”. Destaques: “Quero Que Vá Tudo pro Inferno”, “Mexerico da Candinha”, “Lobo Mau”
“Roberto Carlos” (1966)
No primeiro disco pós-estouro do programa “Jovem Guarda”, RC soa amadurecido, mas também calcado mais que nunca no imaginário dos Beatles. A capa, na qual posa solitário num fundo negro, imita a de “With The Beatles” (1963), mas transformando em uma só as quatro cabeças da banda britânica. Destaques: “Namoradinha de um Amigo Meu”, “Eu Te Darei o Céu”, “Querem Acabar Comigo”, “É Papo Firme”
“Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” (1967)
Novamente inspirado nos Beatles, Roberto faz de seu sétimo álbum a trilha sonora e o pano de fundo do filme homônimo, forrado de cores pop, empáfia juvenil, cenas de paquera e perseguições adrenalinadas. Surgem aqui algumas das mais potentes baladas românticas envenenadas do “rei da juventude”: “De Que Vale Tudo Isso”, “Por Isso Corro Demais”, “Você Não Serve pra Mim”. Destaques: “Eu Sou Terrível”, “Quando”, “Como É Grande o Meu Amor por Você”
“O Inimitável” (1968)
O título insinua preocupação com a profusão de clones de RC, mas musicalmente ele atinge novo ápice de segurança e substância. Atento para o desgaste da jovem guarda, Roberto abandonou o programa pouco antes de lançar esse disco, o primeiro fortemente influenciado pela soul music norte-americana. O romantismo já atinge piques mórbidos, nas aparentemente fofas e amorosas “Ciúme de Você”, “Se Você Pensa” e “É Meu, É Meu, É Meu”. Destaques: “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, “As Canções Que Você Fez pra Mim”
“Roberto Carlos” (1969)
No primeiro de uma longa série de discos sem título, o artista ilustra solidão e tristeza na capa em que repousa abandonado numa praia vazia e, principalmente, em algumas das baladas mais desesperadas de sua história. Amplificando a linha soul que domina o disco, RC lança Tim Maia, autor do funk da pesada “Não Vou Ficar”. Destaques: “As Curvas da Estrada de Santos”, “Sua Estupidez”, “As Flores do Jardim de Nossa Casa”
“Roberto Carlos” (1970)
O desespero do disco anterior se aprofunda em seu último álbum calcado na soul music – a faixa “120... 150... 200 Km por Hora” chega a fazer leve insinuação suicida. Em contraponto, aparece pela primeira vez a veia religiosa do artista, no eloquente hino gospel “Jesus Cristo”. Destaques: “Meu Pequeno Cachoeiro”, “O Astronauta”, “Ana”
“Roberto Carlos” (1971)
Inicia-se a maior transformação de identidade da história do artista. RC abandona as personas de roqueiro rebelde e baladeiro soul (resiste apenas o incisivo soul-rock semi-religioso “Todos Estão Surdos”), rumo à construção do ícone romântico por excelência, inspirado na grandiloquência musical de cantores como Frank Sinatra. “Detalhes” surge como paradigma maior do maior dos românticos brasileiros. Destaques: “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”, “Amada, Amante”, “Como Dois e Dois”
“Roberto Carlos” (1972)
Já a partir da expressão facial da capa, RC investe na melancolia e no desamparo com os quais qualquer brasileiro médio se identificará profundamente. Sem resquícios de rock ou soul, predominam os temas de comportamento – notadamente conflitos familiares e rupturas conjugais, em “Quando as Crianças Saírem de Férias”, “À Distância...” e “À Janela”. Destaques: “O Divã”, “A Montanha”, “Como Vai Você”
“Roberto Carlos” (1973)
Ao romantismo já habitual, RC soma o afago à alma romântica latino-americana: a partir da releitura de “El Dia Que Me Quieras”, de Carlos Gardel, a maioria de seus próximos discos incluirá uma faixa interpretada em espanhol. Destaques: “O Homem”, “A Cigana”, “Proposta”
“Roberto Carlos” (1974)
Mensagens de positividade e religiosidade falam alto aqui, em “É Preciso Saber Viver” e, sobretudo, em “Eu Quero Apenas”, o clássico no qual RC avisa que “eu quero ter um milhão de amigos/ e bem mais forte poder cantar”. Destaques: “O Portão”, “Despedida”
“Roberto Carlos” (1975)
O porta-voz do otimismo dá ares pacifistas a “O Quintal do Vizinho”, e RC toma a atitude incomum de gravar compositores da MPB (em “Mucuripe”, de Fagner e Belchior). “Seu Corpo” dá solidez a uma nova e produtiva vertente, das canções sensuais-sexuais. Destaques: “Além do Horizonte”, “Olha”
“Roberto Carlos” (1976)
“Os Seus Botões” é a canção sensual histórica num disco que, de resto, volta a flertar com o rock, naquela que é talvez a última canção rebelde de RC, “Ilegal, Imoral ou Engorda”: “Será que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?”, protesta o narrador. Destaques: “O Progresso”, “Você em Minha Vida”, “Um Jeito Estúpido de Te Amar”
“Roberto Carlos” (1977)
Momento de ápice do Roberto Carlos romântico-sensual, esse disco conta com os clássicos “Cavalgada”, na vertente sexy, e “Outra Vez”, na linha das canções torturadas de abandono amoroso. Destaques: “Amigo”, “Falando Sério”, “Jovens Tardes de Domingo”, “Muito Romântico”
“Roberto Carlos” (1978)
A safra religiosa (“Fé”), a sexual (“Café da Manhã”) e a familiar (“Lady Laura”, dedicada à mãe) se somam e convivem harmoniosamente, constituindo um tripé de sustentação da popularidade crescente de RC. Destaque: “Força Estranha”
“Roberto Carlos” (1979)
A homenagem familiar da vez é ao pai, em “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo”. “O Ano Passado” integra a linha do protesto ecológico. Destaques: “Abandono”, “Na Paz do Seu Sorriso”, “Costumes”
“Roberto Carlos” (1980)
O sucesso e o poderio do “rei” atingem ápices históricos nessa virada de década, acompanhando e conduzindo o crescimento vertiginoso do mercado fonográfico como um todo. No campo musical, o tom épico de “A Guerra dos Meninos” simboliza a hipertrofia. Destaques: “Amante à Moda Antiga”, “Não Se Afaste de Mim”
“Roberto Carlos” (1981)
Esse disco demarca recorde comercial e momento de maior grandiloquência musical de RC, expressa no arranjo épico da balada ecológica “As Baleias” e em mais um clássico absoluto de seu repertório: “Emoções”. Destaques: “Ele Está pra Chegar”, “Cama e Mesa”, “Eu Preciso de Você”
“Roberto Carlos” (1982)
Esse disco sublinha, mais uma vez, os temas de dissolução conjugal, como em “Fim-de-Semana”, sobre um pai separado que tenta aproveitar ao máximo os poucos momentos que passa com os filhos. Pela primeira vez, uma artista da MPB participa de um disco de RC: Maria Bethânia divide com ele a faixa “Amiga”. Destaque: “Fera Ferida”, “Meus Amores da Televisão”
“Roberto Carlos” (1983)
Começa por aqui a ressaca da fúria comercial dos anos anteriores: as baladas românticas de Roberto e Erasmo começam a dar sinais de cansaço. Destaques: “O Côncavo e o Convexo”, “O Amor É a Moda”
“Roberto Carlos” (1984)
O ídolo testa se popularizar ainda mais, namorando o nicho sertanejo em “Caminhoneiro”, na qual traça paralelos entre a própria solidão e a dos motoristas nômades pelas estradas do Brasil. A canção rendeu dissabores: Roberto e Erasmo não perceberam, mas se tratava da melodia de “Gentle on My Mind”, country rock gravado nos anos 60 por Elvis Presley. Destaques: “Coração”, “Eu e Ela”
“Roberto Carlos” (1985)
Movido pelo advento da chamada Nova República, RC surpreende ao arriscar identificar-se com o orgulho de ser brasileiro, em “Verde e Amarelo”. Destaques: “Símbolo Sexual”, “A Atriz”
“Roberto Carlos” (1986)
A vertente ecológica se transmuta em cataclísmica em “Apocalipse”. É desse disco a balada que, retrabalhada nos anos 90 por artistas de pagode e axé music, se tornará um clássico da fase madura de RC: “Amor Perfeito”. Destaque: “Do Fundo do Meu Coração”, “Aquela Casa Simples”
“Roberto Carlos” (1987)
RC mantém padrão de certo desleixo musical e volta a sofrer acusações de plágio, dessa vez por conta de uma canção antidrogas batizada “O Careta”. Destaque: “Tô Chutando Lata”
“Roberto Carlos” (1988)
O desgaste dá a tônica desse período de aparente “piloto automático”, do qual esse disco, juntamente com o seguinte, é exemplo máximo. Destaque: “Se Diverte e Já Não Pensa em Mim”
“Roberto Carlos” (1989)
O “índio” RC adota uma pena pendurada na orelha como parte do visual e volta a investir na brasilidade, na faixa ecológica “Amazônia”. Destaque: “Só Você Não Sabe”
“Roberto Carlos” (1990)
“Por Ela”, versão de sucesso do ídolo latino Julio Iglesias, é o ponto de apoio do disco. Destaque: “Super-Herói”
“Roberto Carlos” (1991)
A primeira eleição direta pós-ditadura e a era Collor repercutem em RC, na balada “Primeira Dama”, que tenta exalar romantismo através de termos emprestados da política. A veia religiosa volta mais explícita que nunca, em “Luz Divina” (“essa luz/ só pode ser Jesus”). Destaque: “Oh, Oh, Oh, Oh”
“Roberto Carlos” (1992)
RC encontra uma nova e eficaz via de comunicação em “Mulher Pequena”, a primeira de uma série de músicas fundadas no elogio aos atributos de personagens marginalizados por características físicas ou sociais. Destaque: “Herói Calado”
“Roberto Carlos” (1993)
“Coisa Bonita (Gordinha)” se dirige com sucesso a outro público minoritário, assim como faz, em outro registro, “O Velho Caminhoneiro”. Destaque: “Nossa Senhora”
“Roberto Carlos” (1994)
Após uma década vacilante, RC exibe-se revigorado por um disco de produção mais esmerada, fruto de uma vantajosa renovação de contrato com a Sony Music. “O Taxista” é a canção feita para fortificar laços entre “rei” e fãs marginalizados. Destaques: “Alô”, “Quero Lhe Falar do Meu Amor”
“Roberto Carlos” (1995)
As mulheres que usam óculos são o público-alvo estigmatizado da vez. Destaque: “O Charme dos Seus Óculos”
“Roberto Carlos” (1996)
Sob impacto do sucesso mercadológico do padre-cantor Marcelo Rossi, “O Terço” carrega nas tintas religiosas. A minoria afagada é a das mulheres maduras. Destaques: “Mulher de 40”, “Cheirosa”
“Canciones Que Amo” (1997)
Primeiro álbum com título em 30 anos, marca também uma novidade temática: é CD apenas de intérprete, devotado a repertório latino-americano. Perdida ali no meio há uma música brasileira, “Insensatez”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Insensatez”, cantada em espanhol por RC. Destaque: “El Manicero”
“Roberto Carlos” (1998)
Em via-crúcis junto à mulher Maria Rita, diagnosticada com câncer, RC deixa sua produtividade se truncar deste disco em diante. Com apenas quatro faixas inéditas de estúdio, o CD fica inconcluso e é completado por versões ao vivo de sucessos antigos. Destaques: “Eu Te Amo Tanto”, “O Baile da Fazenda”
“Amor sem Limite” (2000)
Com a morte de Maria Rita, 1999 se torna o primeiro ano em que RC não lança disco desde a estreia em 1961. Totalmente impregnado pela memória da mulher, o CD de volta é o primeiro desde 1963 sem Erasmo Carlos como coautor. Destaques: “O Grande Amor da Minha Vida”, “Amor sem Limite”, “O Grude (Um do Outro)”
“Acústico MTV” (2001)
Não é o primeiro disco ao vivo de RC (já lançara um em 1988), mas é significativo por marcar o reencontro do artista com arranjos mais orgânicos e delicados de peças históricas de seu repertório. Destaques: “Além do Horizonte”, “Detalhes”
“Roberto Carlos” (2002)
A Sony tapa buraco com mais um ao vivo, maquiado com os chamarizes de uma única inédita gravada em estúdio e duas antigas remixadas, em consonância com a voga de música eletrônica do período. Destaque: “Seres Humanos”
“Pra Sempre” (2003)
A devoção a Maria Rita segue dominando mais uma leva de composições inéditas solitárias: “Acróstico”, “Pra Sempre”, “Todo Mundo Me Pergunta”. Destaque: “O Cadillac”
“Roberto Carlos” (2005)
Após mais um ao vivo em 2004, RC prepara um disco de flerte com a música caipira, incluindo uma versão de “Índia” e a participação de Chitãozinho & Xororó (em “Arrasta uma Cadeira”). Um sucesso de Elvis Presley, “Loving You”, encerra o CD, marcado também pela volta do parceiro Erasmo, em duas novas e duas regravações. Destaque: “Meu Pequeno Cachoeiro”, “A Volta”
“Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim” (2008)
O maior ícone da música (realmente) popular brasileira se encontra com um dos maiores ícones da MPB, para homenagear o maior compositor da bossa nova. Registro ao vivo de um show, o disco abre temporada de silêncio discográfico que se estende até hoje, só quebrada por breves aparições nos álbuns coletivos ao vivo “Elas Cantam Roberto Carlos” (2009) e “Emoções Sertanejas” (2010). Destaques: “Samba do Avião”, “Por Causa de Você”, “Corcovado”, “Chega de Saudade”
“Louco por Você” (1961)
É o célebre disco proscrito por Roberto Carlos, que jamais permitiu sua reedição em qualquer formato. Jovem, ele iniciava jornada inseguro e indeciso, ora namorando o rock norte-americano, ora soando como um João Gilberto bem mais ligeiro e diluído. Destaque: “Louco por Você”
“Splish Splash” (1963)
Roberto abraça o rock e a música jovem, e assim começa a adquirir consistência e identidade. O roqueiro rebelde que incendeia comportamentos adolescentes já convive no mesmo corpo com o cantor romântico de baladas como “Na Lua Não Há” e “Professor de Amor”. Destaques: “Parei na Contramão”, “Splish Splash”
“É Proibido Fumar” (1964)
Em seu auge como roqueiro e rebelde, RC se esparrama pela sensualidade (“Um Leão Está Solto nas Ruas”), pelo soul rasgado de dor (“Nasci para Chorar”) e pelo romantismo açucarado (“Rosinha”). Destaques: “O Calhambeque”, “É Proibido Fumar”
“Roberto Carlos Canta para a Juventude” (1965)
O início influenciado pelas vertentes “adultas” da canção de fossa e da bossa nova é rapidamente apagado, e a gravadora CBS (hoje Sony) investe na estratégia, até aqui inédita, de associar a música popular com um movimento essencialmente jovem. Destaques: “História de um Homem Mau”, “Não Quero Ver Você Triste”, “A Garota do Baile”
“Jovem Guarda” (1965)
O tema “juventude” chega ao ápice com o batismo do nome do movimento, jovem guarda, imediatamente aproveitado pela TV Record para titular o avassalador programa dominical apresentado por Roberto, Erasmo Carlos e Wanderléa. A imagem transgressora (como no rock anticasamento “Não É Papo pra Mim”) continua a ser vendida em paralelo com a fofura romântica-juvenil de “Escreva uma Carta, Meu Amor”. Destaques: “Quero Que Vá Tudo pro Inferno”, “Mexerico da Candinha”, “Lobo Mau”
“Roberto Carlos” (1966)
No primeiro disco pós-estouro do programa “Jovem Guarda”, RC soa amadurecido, mas também calcado mais que nunca no imaginário dos Beatles. A capa, na qual posa solitário num fundo negro, imita a de “With The Beatles” (1963), mas transformando em uma só as quatro cabeças da banda britânica. Destaques: “Namoradinha de um Amigo Meu”, “Eu Te Darei o Céu”, “Querem Acabar Comigo”, “É Papo Firme”
“Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” (1967)
Novamente inspirado nos Beatles, Roberto faz de seu sétimo álbum a trilha sonora e o pano de fundo do filme homônimo, forrado de cores pop, empáfia juvenil, cenas de paquera e perseguições adrenalinadas. Surgem aqui algumas das mais potentes baladas românticas envenenadas do “rei da juventude”: “De Que Vale Tudo Isso”, “Por Isso Corro Demais”, “Você Não Serve pra Mim”. Destaques: “Eu Sou Terrível”, “Quando”, “Como É Grande o Meu Amor por Você”
“O Inimitável” (1968)
O título insinua preocupação com a profusão de clones de RC, mas musicalmente ele atinge novo ápice de segurança e substância. Atento para o desgaste da jovem guarda, Roberto abandonou o programa pouco antes de lançar esse disco, o primeiro fortemente influenciado pela soul music norte-americana. O romantismo já atinge piques mórbidos, nas aparentemente fofas e amorosas “Ciúme de Você”, “Se Você Pensa” e “É Meu, É Meu, É Meu”. Destaques: “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, “As Canções Que Você Fez pra Mim”
“Roberto Carlos” (1969)
No primeiro de uma longa série de discos sem título, o artista ilustra solidão e tristeza na capa em que repousa abandonado numa praia vazia e, principalmente, em algumas das baladas mais desesperadas de sua história. Amplificando a linha soul que domina o disco, RC lança Tim Maia, autor do funk da pesada “Não Vou Ficar”. Destaques: “As Curvas da Estrada de Santos”, “Sua Estupidez”, “As Flores do Jardim de Nossa Casa”
“Roberto Carlos” (1970)
O desespero do disco anterior se aprofunda em seu último álbum calcado na soul music – a faixa “120... 150... 200 Km por Hora” chega a fazer leve insinuação suicida. Em contraponto, aparece pela primeira vez a veia religiosa do artista, no eloquente hino gospel “Jesus Cristo”. Destaques: “Meu Pequeno Cachoeiro”, “O Astronauta”, “Ana”
“Roberto Carlos” (1971)
Inicia-se a maior transformação de identidade da história do artista. RC abandona as personas de roqueiro rebelde e baladeiro soul (resiste apenas o incisivo soul-rock semi-religioso “Todos Estão Surdos”), rumo à construção do ícone romântico por excelência, inspirado na grandiloquência musical de cantores como Frank Sinatra. “Detalhes” surge como paradigma maior do maior dos românticos brasileiros. Destaques: “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”, “Amada, Amante”, “Como Dois e Dois”
“Roberto Carlos” (1972)
Já a partir da expressão facial da capa, RC investe na melancolia e no desamparo com os quais qualquer brasileiro médio se identificará profundamente. Sem resquícios de rock ou soul, predominam os temas de comportamento – notadamente conflitos familiares e rupturas conjugais, em “Quando as Crianças Saírem de Férias”, “À Distância...” e “À Janela”. Destaques: “O Divã”, “A Montanha”, “Como Vai Você”
“Roberto Carlos” (1973)
Ao romantismo já habitual, RC soma o afago à alma romântica latino-americana: a partir da releitura de “El Dia Que Me Quieras”, de Carlos Gardel, a maioria de seus próximos discos incluirá uma faixa interpretada em espanhol. Destaques: “O Homem”, “A Cigana”, “Proposta”
“Roberto Carlos” (1974)
Mensagens de positividade e religiosidade falam alto aqui, em “É Preciso Saber Viver” e, sobretudo, em “Eu Quero Apenas”, o clássico no qual RC avisa que “eu quero ter um milhão de amigos/ e bem mais forte poder cantar”. Destaques: “O Portão”, “Despedida”
“Roberto Carlos” (1975)
O porta-voz do otimismo dá ares pacifistas a “O Quintal do Vizinho”, e RC toma a atitude incomum de gravar compositores da MPB (em “Mucuripe”, de Fagner e Belchior). “Seu Corpo” dá solidez a uma nova e produtiva vertente, das canções sensuais-sexuais. Destaques: “Além do Horizonte”, “Olha”
“Roberto Carlos” (1976)
“Os Seus Botões” é a canção sensual histórica num disco que, de resto, volta a flertar com o rock, naquela que é talvez a última canção rebelde de RC, “Ilegal, Imoral ou Engorda”: “Será que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?”, protesta o narrador. Destaques: “O Progresso”, “Você em Minha Vida”, “Um Jeito Estúpido de Te Amar”
“Roberto Carlos” (1977)
Momento de ápice do Roberto Carlos romântico-sensual, esse disco conta com os clássicos “Cavalgada”, na vertente sexy, e “Outra Vez”, na linha das canções torturadas de abandono amoroso. Destaques: “Amigo”, “Falando Sério”, “Jovens Tardes de Domingo”, “Muito Romântico”
“Roberto Carlos” (1978)
A safra religiosa (“Fé”), a sexual (“Café da Manhã”) e a familiar (“Lady Laura”, dedicada à mãe) se somam e convivem harmoniosamente, constituindo um tripé de sustentação da popularidade crescente de RC. Destaque: “Força Estranha”
“Roberto Carlos” (1979)
A homenagem familiar da vez é ao pai, em “Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo”. “O Ano Passado” integra a linha do protesto ecológico. Destaques: “Abandono”, “Na Paz do Seu Sorriso”, “Costumes”
“Roberto Carlos” (1980)
O sucesso e o poderio do “rei” atingem ápices históricos nessa virada de década, acompanhando e conduzindo o crescimento vertiginoso do mercado fonográfico como um todo. No campo musical, o tom épico de “A Guerra dos Meninos” simboliza a hipertrofia. Destaques: “Amante à Moda Antiga”, “Não Se Afaste de Mim”
“Roberto Carlos” (1981)
Esse disco demarca recorde comercial e momento de maior grandiloquência musical de RC, expressa no arranjo épico da balada ecológica “As Baleias” e em mais um clássico absoluto de seu repertório: “Emoções”. Destaques: “Ele Está pra Chegar”, “Cama e Mesa”, “Eu Preciso de Você”
“Roberto Carlos” (1982)
Esse disco sublinha, mais uma vez, os temas de dissolução conjugal, como em “Fim-de-Semana”, sobre um pai separado que tenta aproveitar ao máximo os poucos momentos que passa com os filhos. Pela primeira vez, uma artista da MPB participa de um disco de RC: Maria Bethânia divide com ele a faixa “Amiga”. Destaque: “Fera Ferida”, “Meus Amores da Televisão”
“Roberto Carlos” (1983)
Começa por aqui a ressaca da fúria comercial dos anos anteriores: as baladas românticas de Roberto e Erasmo começam a dar sinais de cansaço. Destaques: “O Côncavo e o Convexo”, “O Amor É a Moda”
“Roberto Carlos” (1984)
O ídolo testa se popularizar ainda mais, namorando o nicho sertanejo em “Caminhoneiro”, na qual traça paralelos entre a própria solidão e a dos motoristas nômades pelas estradas do Brasil. A canção rendeu dissabores: Roberto e Erasmo não perceberam, mas se tratava da melodia de “Gentle on My Mind”, country rock gravado nos anos 60 por Elvis Presley. Destaques: “Coração”, “Eu e Ela”
“Roberto Carlos” (1985)
Movido pelo advento da chamada Nova República, RC surpreende ao arriscar identificar-se com o orgulho de ser brasileiro, em “Verde e Amarelo”. Destaques: “Símbolo Sexual”, “A Atriz”
“Roberto Carlos” (1986)
A vertente ecológica se transmuta em cataclísmica em “Apocalipse”. É desse disco a balada que, retrabalhada nos anos 90 por artistas de pagode e axé music, se tornará um clássico da fase madura de RC: “Amor Perfeito”. Destaque: “Do Fundo do Meu Coração”, “Aquela Casa Simples”
“Roberto Carlos” (1987)
RC mantém padrão de certo desleixo musical e volta a sofrer acusações de plágio, dessa vez por conta de uma canção antidrogas batizada “O Careta”. Destaque: “Tô Chutando Lata”
“Roberto Carlos” (1988)
O desgaste dá a tônica desse período de aparente “piloto automático”, do qual esse disco, juntamente com o seguinte, é exemplo máximo. Destaque: “Se Diverte e Já Não Pensa em Mim”
“Roberto Carlos” (1989)
O “índio” RC adota uma pena pendurada na orelha como parte do visual e volta a investir na brasilidade, na faixa ecológica “Amazônia”. Destaque: “Só Você Não Sabe”
“Roberto Carlos” (1990)
“Por Ela”, versão de sucesso do ídolo latino Julio Iglesias, é o ponto de apoio do disco. Destaque: “Super-Herói”
“Roberto Carlos” (1991)
A primeira eleição direta pós-ditadura e a era Collor repercutem em RC, na balada “Primeira Dama”, que tenta exalar romantismo através de termos emprestados da política. A veia religiosa volta mais explícita que nunca, em “Luz Divina” (“essa luz/ só pode ser Jesus”). Destaque: “Oh, Oh, Oh, Oh”
“Roberto Carlos” (1992)
RC encontra uma nova e eficaz via de comunicação em “Mulher Pequena”, a primeira de uma série de músicas fundadas no elogio aos atributos de personagens marginalizados por características físicas ou sociais. Destaque: “Herói Calado”
“Roberto Carlos” (1993)
“Coisa Bonita (Gordinha)” se dirige com sucesso a outro público minoritário, assim como faz, em outro registro, “O Velho Caminhoneiro”. Destaque: “Nossa Senhora”
“Roberto Carlos” (1994)
Após uma década vacilante, RC exibe-se revigorado por um disco de produção mais esmerada, fruto de uma vantajosa renovação de contrato com a Sony Music. “O Taxista” é a canção feita para fortificar laços entre “rei” e fãs marginalizados. Destaques: “Alô”, “Quero Lhe Falar do Meu Amor”
“Roberto Carlos” (1995)
As mulheres que usam óculos são o público-alvo estigmatizado da vez. Destaque: “O Charme dos Seus Óculos”
“Roberto Carlos” (1996)
Sob impacto do sucesso mercadológico do padre-cantor Marcelo Rossi, “O Terço” carrega nas tintas religiosas. A minoria afagada é a das mulheres maduras. Destaques: “Mulher de 40”, “Cheirosa”
“Canciones Que Amo” (1997)
Primeiro álbum com título em 30 anos, marca também uma novidade temática: é CD apenas de intérprete, devotado a repertório latino-americano. Perdida ali no meio há uma música brasileira, “Insensatez”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Insensatez”, cantada em espanhol por RC. Destaque: “El Manicero”
“Roberto Carlos” (1998)
Em via-crúcis junto à mulher Maria Rita, diagnosticada com câncer, RC deixa sua produtividade se truncar deste disco em diante. Com apenas quatro faixas inéditas de estúdio, o CD fica inconcluso e é completado por versões ao vivo de sucessos antigos. Destaques: “Eu Te Amo Tanto”, “O Baile da Fazenda”
“Amor sem Limite” (2000)
Com a morte de Maria Rita, 1999 se torna o primeiro ano em que RC não lança disco desde a estreia em 1961. Totalmente impregnado pela memória da mulher, o CD de volta é o primeiro desde 1963 sem Erasmo Carlos como coautor. Destaques: “O Grande Amor da Minha Vida”, “Amor sem Limite”, “O Grude (Um do Outro)”
“Acústico MTV” (2001)
Não é o primeiro disco ao vivo de RC (já lançara um em 1988), mas é significativo por marcar o reencontro do artista com arranjos mais orgânicos e delicados de peças históricas de seu repertório. Destaques: “Além do Horizonte”, “Detalhes”
“Roberto Carlos” (2002)
A Sony tapa buraco com mais um ao vivo, maquiado com os chamarizes de uma única inédita gravada em estúdio e duas antigas remixadas, em consonância com a voga de música eletrônica do período. Destaque: “Seres Humanos”
“Pra Sempre” (2003)
A devoção a Maria Rita segue dominando mais uma leva de composições inéditas solitárias: “Acróstico”, “Pra Sempre”, “Todo Mundo Me Pergunta”. Destaque: “O Cadillac”
“Roberto Carlos” (2005)
Após mais um ao vivo em 2004, RC prepara um disco de flerte com a música caipira, incluindo uma versão de “Índia” e a participação de Chitãozinho & Xororó (em “Arrasta uma Cadeira”). Um sucesso de Elvis Presley, “Loving You”, encerra o CD, marcado também pela volta do parceiro Erasmo, em duas novas e duas regravações. Destaque: “Meu Pequeno Cachoeiro”, “A Volta”
“Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim” (2008)
O maior ícone da música (realmente) popular brasileira se encontra com um dos maiores ícones da MPB, para homenagear o maior compositor da bossa nova. Registro ao vivo de um show, o disco abre temporada de silêncio discográfico que se estende até hoje, só quebrada por breves aparições nos álbuns coletivos ao vivo “Elas Cantam Roberto Carlos” (2009) e “Emoções Sertanejas” (2010). Destaques: “Samba do Avião”, “Por Causa de Você”, “Corcovado”, “Chega de Saudade”
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segunda-feira, 18 de abril de 2011
Cupom de desconto comprado "por impulso" pode ser revendido
Para aproveitar o crescimento dos sites de compra coletiva, outras empresas criaram uma espécie de mercado secundário da venda de cupons de desconto. Segundo esses novos sites, a quantidade de cupons não utilizados cresce na mesma proporção do aumento de pessoas que utilizam essa modalidade de compra. De acordo com o diretor de marketing e produtos da e-bit, Alexandre Umberti, as compras coletivas movimentaram no ano passado cerca de R$ 150 milhões e a estimativa para 2011 é atingir R$ 1 bilhão em negócios. "É uma compra por impulso, porque o preço é atrativo", disse Antônio Miranda, criador do sire Regrupe.
A ideia dos sites para revenda de cupons de desconto é a de que quem comprou, mas não poderá utilizar, pode reaver o dinheiro gasto, parte dele ou até lucrar com essa transação. Já para os compradores, é possível conseguir o cupom por um valor inferior ao pago, que já estava com desconto.
Existem dois modelos de negociação nos sites de revenda de cupons de desconto. O primeiro é quando não existe a intermediação do site, ele não fornece garantias nem ao comprador, nem ao vendedor. Neste modelo, não há cobrança de taxa e a negociação das ofertas é sempre realizada diretamente entre vendedor e comprador - um formato bastante semelhante ao dos tradicionais sites de e-commerce, como o Mercado Livre. A vantagem está no fato de que pode haver negociação de preço e formas de pagamento. Porém, há o risco de o vendedor oferecer um cupom que não tenha ou que esteja com problemas.
Já quando há o envolvimento do site na negociação, existe uma garantia em relação à oferta, contudo, também é cobrada uma taxa do vendedor. O vendedor faz o cadastro da oferta e escolhe que valor quer pelo cupom. O comprador não paga taxa para comprar, apenas arca com os gastos de cartão de crédito, única forma de pagamento permitida.
Neste segundo modelo de negociação, o valor pago pelo comprador fica bloqueado com a empresa até que a veracidade do cupom vendido seja comprovada. Caso o cupom apresente problema, o comprador recebe o dinheiro de volta e o vendedor não precisa arcar com a taxa da transação.
Segundo os responsáveis por estes sites de revenda, o comprador precisa atentar para cupons que não permitem a transferência de sua posse para outra pessoa.
Confira como funcionam alguns sites:
Regrupe
O site faz a intermediação de todas as negociações, garantindo a veracidade do cupom comercializado. Por outro lado, não há a possibilidade de negociação entre as partes, que poderia render um desconto ainda maior.
Quando a compra é efetuada, o site cobra do vendedor uma taxa de 8% sobre o valor da transação, mais R$ 0,99, que serão descontados do que o vendedor irá receber. Por exemplo, se um cupom for vendido por R$ 50,00, o vendedor receberá R$ 45,01 (ou seja, R$ 50,00 menos 8%, menos R$ 0,99). O valor será depositado na conta do vendedor após 31 dias da venda, enquanto isso, fica bloqueado com a empresa. Isso porque o site garante ao comprador que caso o cupom apresente algum problema que impossibilite a sua utilização em até 30 dias da compra (ou até o vencimento do mesmo), ele receba o dinheiro de volta.
Recupom
Este site não cobra taxa em nenhuma situação. No entanto, a negociação das ofertas é sempre realizada diretamente entre vendedor e comprador, sem qualquer garantia. A vantagem está no fato de que pode haver negociação de preço e formas de pagamento. Porém, há o risco de o vendedor ser desonesto e oferecer um cupom que não tenha ou que esteja com problemas. O site afirma apenas que poderá fornecer as informações da oferta caso haja envolvimento jurídico. Além disso, pode bloquear o vendedor por má conduta.
Troca Descontos
Este site oferece ao comprador as duas opções: negociar direto com o vendedor, sem garantias, ou utilizar o site como intermediador, com a segurança de que receberá o dinheiro de volta no caso de algum problema. Caso a opção escolhida seja a primeira, não há qualquer taxa para nenhuma das partes.
Se o comprador optar por incluir o site na negociação, há a cobrança de uma taxa de 10% (também por conta do vendedor) sobre o valor da compra, mas com garantia de 30 dias. Nesse caso o vendedor também terá de esperar o tempo da garantia para receber. Se em até 30 dias da compra, ou até a data de vencimento do cupom, houver algum problema na utilização, o site deve ser informado para que o dinheiro seja estornado.
Segundo a diretora estratégica e de planejamento do site, Sabrina Brito, esse modelo de intermediar as negociações ainda está no início. "Não intermediamos quase ninguém ainda, foi uma solicitação dos próprios usuários. É uma solução temporária", afirmou.
Na hora de escolher qual o melhor modelo o consumidor deve analisar os riscos. Caso queira maiores descontos, terá de correr mais riscos. "Vale a equação entre risco e retorno. Onde há mais risco consegue-se negociar menores valores", afirmou Umberti, da e-bit.
A ideia dos sites para revenda de cupons de desconto é a de que quem comprou, mas não poderá utilizar, pode reaver o dinheiro gasto, parte dele ou até lucrar com essa transação. Já para os compradores, é possível conseguir o cupom por um valor inferior ao pago, que já estava com desconto.
Existem dois modelos de negociação nos sites de revenda de cupons de desconto. O primeiro é quando não existe a intermediação do site, ele não fornece garantias nem ao comprador, nem ao vendedor. Neste modelo, não há cobrança de taxa e a negociação das ofertas é sempre realizada diretamente entre vendedor e comprador - um formato bastante semelhante ao dos tradicionais sites de e-commerce, como o Mercado Livre. A vantagem está no fato de que pode haver negociação de preço e formas de pagamento. Porém, há o risco de o vendedor oferecer um cupom que não tenha ou que esteja com problemas.
Já quando há o envolvimento do site na negociação, existe uma garantia em relação à oferta, contudo, também é cobrada uma taxa do vendedor. O vendedor faz o cadastro da oferta e escolhe que valor quer pelo cupom. O comprador não paga taxa para comprar, apenas arca com os gastos de cartão de crédito, única forma de pagamento permitida.
Neste segundo modelo de negociação, o valor pago pelo comprador fica bloqueado com a empresa até que a veracidade do cupom vendido seja comprovada. Caso o cupom apresente problema, o comprador recebe o dinheiro de volta e o vendedor não precisa arcar com a taxa da transação.
Segundo os responsáveis por estes sites de revenda, o comprador precisa atentar para cupons que não permitem a transferência de sua posse para outra pessoa.
Confira como funcionam alguns sites:
Regrupe
O site faz a intermediação de todas as negociações, garantindo a veracidade do cupom comercializado. Por outro lado, não há a possibilidade de negociação entre as partes, que poderia render um desconto ainda maior.
Quando a compra é efetuada, o site cobra do vendedor uma taxa de 8% sobre o valor da transação, mais R$ 0,99, que serão descontados do que o vendedor irá receber. Por exemplo, se um cupom for vendido por R$ 50,00, o vendedor receberá R$ 45,01 (ou seja, R$ 50,00 menos 8%, menos R$ 0,99). O valor será depositado na conta do vendedor após 31 dias da venda, enquanto isso, fica bloqueado com a empresa. Isso porque o site garante ao comprador que caso o cupom apresente algum problema que impossibilite a sua utilização em até 30 dias da compra (ou até o vencimento do mesmo), ele receba o dinheiro de volta.
Recupom
Este site não cobra taxa em nenhuma situação. No entanto, a negociação das ofertas é sempre realizada diretamente entre vendedor e comprador, sem qualquer garantia. A vantagem está no fato de que pode haver negociação de preço e formas de pagamento. Porém, há o risco de o vendedor ser desonesto e oferecer um cupom que não tenha ou que esteja com problemas. O site afirma apenas que poderá fornecer as informações da oferta caso haja envolvimento jurídico. Além disso, pode bloquear o vendedor por má conduta.
Troca Descontos
Este site oferece ao comprador as duas opções: negociar direto com o vendedor, sem garantias, ou utilizar o site como intermediador, com a segurança de que receberá o dinheiro de volta no caso de algum problema. Caso a opção escolhida seja a primeira, não há qualquer taxa para nenhuma das partes.
Se o comprador optar por incluir o site na negociação, há a cobrança de uma taxa de 10% (também por conta do vendedor) sobre o valor da compra, mas com garantia de 30 dias. Nesse caso o vendedor também terá de esperar o tempo da garantia para receber. Se em até 30 dias da compra, ou até a data de vencimento do cupom, houver algum problema na utilização, o site deve ser informado para que o dinheiro seja estornado.
Segundo a diretora estratégica e de planejamento do site, Sabrina Brito, esse modelo de intermediar as negociações ainda está no início. "Não intermediamos quase ninguém ainda, foi uma solicitação dos próprios usuários. É uma solução temporária", afirmou.
Na hora de escolher qual o melhor modelo o consumidor deve analisar os riscos. Caso queira maiores descontos, terá de correr mais riscos. "Vale a equação entre risco e retorno. Onde há mais risco consegue-se negociar menores valores", afirmou Umberti, da e-bit.
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Médicos defendem maconha terapêutica
O lançamento mundial de um medicamento produzido à base de maconha pela farmacêutica britânica GW Pharma, e que será comercializado na América do Norte e na Europa pelo laboratório Novartis, reacendeu as discussões entre os especialistas brasileiros sobre o uso medicinal da droga no País. Por aqui, o princípio ativo do remédio (Sativex), usado para aliviar a dor de pacientes com esclerose múltipla, não é permitido.
O Brasil é signatário de tratados diversos que consideram a substância ilícita, o que dificulta inclusive o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre as propriedades terapêuticas da planta e suas reações no cérebro.
Pesquisadores ouvidos pelo JT comparam a importância do estudo da cannabis sativa (nome científico da maconha) com a relevância do ópio para o desenvolvimento da morfina – medicamento essencial para o tratamento da dor aguda. E reforçam o argumento de que a possibilidade de uso medicinal não é sinônimo de liberação ou legalização da droga.
“O medicamento tem estudo clínico, existem proporções corretas das substâncias usadas, imprescindíveis ao seu funcionamento”, defende Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, médico psiquiatra do Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com Oliveira Júnior, ao contrário do remédio, a droga ilícita não tem padrões de equilíbrio entre os substratos terapêuticos e pode causar danos à saúde de quem a consome. “Pode ampliar a ansiedade, causar um estado depressivo e psicótico, com alucinações, e problemas pulmonares provocados pelo ato de fumar.”
Perspectivas
Estudos comprovam que a cannabis reduz os efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea e vômito, estimula o apetite em pacientes com aids, pode ser usada para tratar o glaucoma e aliviar a dor crônica. “As perspectivas científicas mostram que vale a pena aprofundar os estudos sobre a planta”, avalia Oliveira Júnior.
O Sativex, por exemplo, não é vendido como cigarro – e sim na forma de um spray. Sua composição reúne apenas dois substratos da maconha: o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol.
“Não causa mais ou menos dependência do que calmantes e antidepressivos. A dependência não é argumento considerável para proibir até mesmo a pesquisa”, diz Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente em Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.
Defensor da criação de uma agência reguladora para o setor, Oliveira critica a legislação restritiva brasileira e afirma que o preconceito trava a pesquisa de medicamentos que poderiam ser desenvolvidos até para tratar a dependência química.
“A questão não é proibir, mas controlar. Não se proíbe a morfina porque algumas pessoas fazem mau uso”, avalia. O psiquiatra lembra que não é necessário o plantio em terras brasileiras da maconha para os estudos. “Para pesquisa, podemos importar.”
Diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, o psicofarmacologista Elisaldo Carlini também acredita que o Brasil está atrasado em relação às pesquisas sobre o potencial terapêutico da maconha por puro preconceito.
“No século passado, foi considerada droga diabólica e só nos últimos 30 anos é que se retomaram os estudos terapêuticos”, conta Carlini. De acordo com ele, pesquisas mostraram que o cérebro humano possui ramais de neurotransmissores e receptores sensíveis ao estímulo da cannabis. O sistema foi chamado de endocanabinoide, que, se cientificamente estudado e estimulado, pode levar ao alívio ou à cura de várias doenças.
Legislação
Até o momento, a legislação brasileira proíbe o consumo de qualquer medicamento à base de maconha. Mas uma decisão judicial pode autorizar seu uso em casos específicos.
A comercialização do Sativex ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada pelo Jornal da Tarde, a agência não se manifestou sobre o assunto.
O Brasil é signatário de tratados diversos que consideram a substância ilícita, o que dificulta inclusive o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre as propriedades terapêuticas da planta e suas reações no cérebro.
Pesquisadores ouvidos pelo JT comparam a importância do estudo da cannabis sativa (nome científico da maconha) com a relevância do ópio para o desenvolvimento da morfina – medicamento essencial para o tratamento da dor aguda. E reforçam o argumento de que a possibilidade de uso medicinal não é sinônimo de liberação ou legalização da droga.
“O medicamento tem estudo clínico, existem proporções corretas das substâncias usadas, imprescindíveis ao seu funcionamento”, defende Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, médico psiquiatra do Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com Oliveira Júnior, ao contrário do remédio, a droga ilícita não tem padrões de equilíbrio entre os substratos terapêuticos e pode causar danos à saúde de quem a consome. “Pode ampliar a ansiedade, causar um estado depressivo e psicótico, com alucinações, e problemas pulmonares provocados pelo ato de fumar.”
Perspectivas
Estudos comprovam que a cannabis reduz os efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea e vômito, estimula o apetite em pacientes com aids, pode ser usada para tratar o glaucoma e aliviar a dor crônica. “As perspectivas científicas mostram que vale a pena aprofundar os estudos sobre a planta”, avalia Oliveira Júnior.
O Sativex, por exemplo, não é vendido como cigarro – e sim na forma de um spray. Sua composição reúne apenas dois substratos da maconha: o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol.
“Não causa mais ou menos dependência do que calmantes e antidepressivos. A dependência não é argumento considerável para proibir até mesmo a pesquisa”, diz Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente em Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.
Defensor da criação de uma agência reguladora para o setor, Oliveira critica a legislação restritiva brasileira e afirma que o preconceito trava a pesquisa de medicamentos que poderiam ser desenvolvidos até para tratar a dependência química.
“A questão não é proibir, mas controlar. Não se proíbe a morfina porque algumas pessoas fazem mau uso”, avalia. O psiquiatra lembra que não é necessário o plantio em terras brasileiras da maconha para os estudos. “Para pesquisa, podemos importar.”
Diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, o psicofarmacologista Elisaldo Carlini também acredita que o Brasil está atrasado em relação às pesquisas sobre o potencial terapêutico da maconha por puro preconceito.
“No século passado, foi considerada droga diabólica e só nos últimos 30 anos é que se retomaram os estudos terapêuticos”, conta Carlini. De acordo com ele, pesquisas mostraram que o cérebro humano possui ramais de neurotransmissores e receptores sensíveis ao estímulo da cannabis. O sistema foi chamado de endocanabinoide, que, se cientificamente estudado e estimulado, pode levar ao alívio ou à cura de várias doenças.
Legislação
Até o momento, a legislação brasileira proíbe o consumo de qualquer medicamento à base de maconha. Mas uma decisão judicial pode autorizar seu uso em casos específicos.
A comercialização do Sativex ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada pelo Jornal da Tarde, a agência não se manifestou sobre o assunto.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Estratégia
Pai: Filho, escolhi uma ótima moça para você casar.
Filho: Mas pai, eu prefiro escolher a minha mulher.
Pai: Meu filho, ela é filha do Bill Gates.
Filho: Bem, neste caso eu aceito.
Então o pai negociador vai encontrar o Bill Gates.
Pai: Bill, eu tenho o marido certo para sua filha.
Bill Gates: Mas a minha filha é muito jovem para casar...
Pai: Mas esse jovem é vice-presidente do Banco Mundial.
Bill Gates: Ah, neste caso tudo bem.
Finalmente o pai negociador vai ao Presidente do Banco Mundial.
Pai: Sr. Presidente, eu tenho um jovem recomendado para ser o vice-presidente do Banco Mundial.
Pres. Banco Mundial: Mas eu já tenho muitos vice-presidentes, até mais do que o necessário.
Pai: Mas Sr., este jovem é genro do Bill Gates.
Pres. Banco Mundial: Neste caso ele pode começar amanhã mesmo.
Moral da história: Não existe negociação perdida. Tudo depende da estratégia
Filho: Mas pai, eu prefiro escolher a minha mulher.
Pai: Meu filho, ela é filha do Bill Gates.
Filho: Bem, neste caso eu aceito.
Então o pai negociador vai encontrar o Bill Gates.
Pai: Bill, eu tenho o marido certo para sua filha.
Bill Gates: Mas a minha filha é muito jovem para casar...
Pai: Mas esse jovem é vice-presidente do Banco Mundial.
Bill Gates: Ah, neste caso tudo bem.
Finalmente o pai negociador vai ao Presidente do Banco Mundial.
Pai: Sr. Presidente, eu tenho um jovem recomendado para ser o vice-presidente do Banco Mundial.
Pres. Banco Mundial: Mas eu já tenho muitos vice-presidentes, até mais do que o necessário.
Pai: Mas Sr., este jovem é genro do Bill Gates.
Pres. Banco Mundial: Neste caso ele pode começar amanhã mesmo.
Moral da história: Não existe negociação perdida. Tudo depende da estratégia
segunda-feira, 11 de abril de 2011
7 tips for effective listening: productive listening does not occur naturally.
It requires hard work and practice - Back To Basics - effective listening is a crucial skill for internal auditors
TO BE SUCCESSFUL AT THEIR job, internal auditors must be able to write, speak, and listen effectively. Of these three skills, effective listening may be the most crucial because auditors are required to do it so often. Unfortunately, listening also may be the most difficult skill to master.
Effective listening is challenging, in part, because people often are more focused on what they're saying than on what they're hearing in return. According to a recent study by the Harvard Business Review, people think the voice mail they send is more important than the voice mail they receive. Generally, senders think that their message is more helpful and urgent than do the people who receive it.
Additionally, listening is difficult because people don't work as hard at it as they should. Listening seems to occur so naturally that putting a lot of effort into it doesn't seem necessary. However, hard work and effort is exactly what effective listening requires.
Internal auditors must listen to explanations, rationales, and defenses of financial practices and procedures. They are constantly communicating with fellow employees whose backgrounds range from accounting to finance to marketing to information systems. In addition, explanations by fellow employees of any "unusual" practices often pose a significant challenge to an internal auditor's listening skills. Auditors can use the following techniques to improve these skills.
1. CONCENTRATE ON WHAT OTHERS ARE SAYING. When listening to someone, do you often find yourself thinking about a job or task that is nearing deadline or an important family matter? In the middle of a conversation, do you sometimes realize that you haven't heard a word the other person has said? Most individuals speak at the rate of 175 to 200 words per minute. However, research suggests that we are very capable of listening and processing words at the rate of 600 to 1,000 words per minute. An internal auditor's job today is very fast and complex, and because the brain does not use all of its capacity when listening, an auditor's mind may drift to thinking of further questions or explanations rather than listening to the message at hand. This unused brainpower can be a barrier to effective listening, causing the auditor to miss or misinterpret what others are saying. It is important for internal auditors to actively concentrate on what others are saying so that effective communication can occur.
2. SEND THE NONVERBAL MESSAGE THAT YOU ARE LISTENING. When someone is talking to you, do you maintain eye contact with that person? Do you show the speaker you are listening by nodding your head? Does your body language transmit the message that you are listening? Are you leaning forward and not using your hands to play with things? Most communication experts agree that nonverbal messages can be three times as powerful as verbal messages. Effective communication becomes difficult anytime you send a nonverbal message that you're not really listening.
3. AVOID EARLY EVALUATIONS. When listening, do you often make immediate judgments about what the speaker is saying? Do you assume or guess what the speaker is going to say next? Do you sometimes discover later that you failed to interpret correctly what the speaker was telling you? Because a listener can listen at a faster rate than most speakers talk, there is a tendency to evaluate too quickly. That tendency is perhaps the greatest barrier to effective listening. It is especially important to avoid early evaluations when listening to a person with whom you disagree. When listeners begin to disagree with a sender's message, they tend to misinterpret the remaining information and distort its intended meaning so that it is consistent with their own beliefs.
4. AVOID GETTING DEFENSIVE. Do you ever take what another person says personally when what her or she is saying is not meant to be personal? Do you ever become angry at what another person says? Careful listening does not mean that you will always agree with the other party's point of view, but it does mean that you will try to listen to what the other person is saying without becoming overly defensive. Too much time spent explaining, elaborating, and defending your decision or position is a sure sign that you are not listening. This is because your role has changed from one of listening to a role of convincing others they are wrong. After listening to a position or suggestion with which you disagree, simply respond with something like, "I understand your point. We just disagree on this one." Effective listeners can listen calmly to another person even when that person is offering unjust criticism.
5. PRACTICE PARAPHRASING. Paraphrasing is the art of putting into your own words what you thought you heard and saying it back to the sender. For example, a subordinate might say: "You have been unfair to rate me so low on my performance appraisal. You have rated me lower than Jim. I can do the job better than him, and I've been here longer." A paraphrased response might be: "I can see that you are upset about your rating. You think it was unfair for me to rate you as I did." Paraphrasing is a great technique for improving your listening and problem-solving skills. First, you have to listen very carefully if you are going to accurately paraphrase what you heard. Second, the paraphrasing response will clarify for the sender that his or her message was correctly received and encourage the sender to expand on what he or she is trying to communicate.
6. LISTEN (AND OBSERVE) FOR FEELINGS. When listening, do you concentrate just on the words that are being said, or do you also concentrate on the way they are being said? The way a speaker is standing, the tone of voice and inflection he or she is using, and what the speaker is doing with his or her hands are all part of the message that is being sent. A person who raises his or her voice is probably either angry or frustrated. A person looking down while speaking is probably either embarrassed or shy. Interruptions may suggest fear or lack of confidence. Persons who make eye contact and lean forward are likely exhibiting confidence. Arguments may reflect worry. Inappropriate silence may be a sign of aggression and be intended as punishment.
7. ASK QUESTIONS. Do you usually ask questions when listening to a message? Do you try to clarify what a person has said to you? Effective listeners make certain they have correctly heard the message that is being sent. Ask questions to clarify points or to obtain additional information. Open-ended questions are the best. They require the speaker to convey more information. Form your questions in a way that makes it clear you have not yet drawn any conclusions. This will assure the message sender that you are only interested in obtaining more and better information. And the more information that you as a listener have, the better you can respond to the sender's communication.
LISTEN ACTIVELY
Not everyone has to possess the same style of listening, but internal auditors who use "active" listening will likely become much better listeners. Active listening demands that the receiver of a message put aside the belief that listening is easy and that it happens naturally and realize that effective listening is hard work. The result of active listening is more efficient and effective communication.
The Listening Quiz
Are you an effective listener? Ask a peer that you communicate with regularly and who you know will answer honestly to respond "yes" or "no" to these 10 questions. Do not answer the questions yourself. We often view ourselves as great listeners when, in fact, others know that we are not.
1. During the past two weeks, can you recall an incident where you thought I was not listening to you?
2. When you are talking to me, do you feel relaxed at least 90 percent of the time?
3. When you are talking to me, do I maintain eye contact with you most of the time?
4. Do I get defensive when you tell me things with which I disagree?
5. When talking to me, do I often ask questions to clarify what you are saying?
6. In a conversation, do I sometimes overreact to information?
7. Do I ever jump in and finish what you are saying?
8. Do I often change my opinion after talking something over with you?
9. When you are trying to communicate something to me, do I often do too much of the talking?
10. When you are talking to me, do I often play with a pen, pencil, my keys, or something else on my desk?
Use your peer's answers to grade your listening skills. If you received nine or 10 correct answers, you are an excellent listener; seven or eight correct answers indicates a good listener; five or six correct answers means you possess average listening skills; and less than five correct answers is reflective of a poor listener.
The answers most often given for effective listeners are: 1. no, 2. yes, 3. yes, 4. no, 5. yes, 6. no, 7. no, 8. yes, 9. no, 10. no.
To submit a "Back to Basics" article for consideration, or to request coverage of an introductory-level internal audit topic, please e-mail Larry Hubbard at Larry@LHubbard.com
TOM D. LEWIS, PHD, is an associate professor of accounting in the College of Business at Creighton University in Omaha, Neb.
GERALD GRAHAM, PHD, is the Clinton Distinguished Professor of Management in the Barton School of Business at Wichita State University in Witchita, Kan.
To comment on this article, e-mail the authors at tlewis@theiia.org.
TO BE SUCCESSFUL AT THEIR job, internal auditors must be able to write, speak, and listen effectively. Of these three skills, effective listening may be the most crucial because auditors are required to do it so often. Unfortunately, listening also may be the most difficult skill to master.
Effective listening is challenging, in part, because people often are more focused on what they're saying than on what they're hearing in return. According to a recent study by the Harvard Business Review, people think the voice mail they send is more important than the voice mail they receive. Generally, senders think that their message is more helpful and urgent than do the people who receive it.
Additionally, listening is difficult because people don't work as hard at it as they should. Listening seems to occur so naturally that putting a lot of effort into it doesn't seem necessary. However, hard work and effort is exactly what effective listening requires.
Internal auditors must listen to explanations, rationales, and defenses of financial practices and procedures. They are constantly communicating with fellow employees whose backgrounds range from accounting to finance to marketing to information systems. In addition, explanations by fellow employees of any "unusual" practices often pose a significant challenge to an internal auditor's listening skills. Auditors can use the following techniques to improve these skills.
1. CONCENTRATE ON WHAT OTHERS ARE SAYING. When listening to someone, do you often find yourself thinking about a job or task that is nearing deadline or an important family matter? In the middle of a conversation, do you sometimes realize that you haven't heard a word the other person has said? Most individuals speak at the rate of 175 to 200 words per minute. However, research suggests that we are very capable of listening and processing words at the rate of 600 to 1,000 words per minute. An internal auditor's job today is very fast and complex, and because the brain does not use all of its capacity when listening, an auditor's mind may drift to thinking of further questions or explanations rather than listening to the message at hand. This unused brainpower can be a barrier to effective listening, causing the auditor to miss or misinterpret what others are saying. It is important for internal auditors to actively concentrate on what others are saying so that effective communication can occur.
2. SEND THE NONVERBAL MESSAGE THAT YOU ARE LISTENING. When someone is talking to you, do you maintain eye contact with that person? Do you show the speaker you are listening by nodding your head? Does your body language transmit the message that you are listening? Are you leaning forward and not using your hands to play with things? Most communication experts agree that nonverbal messages can be three times as powerful as verbal messages. Effective communication becomes difficult anytime you send a nonverbal message that you're not really listening.
3. AVOID EARLY EVALUATIONS. When listening, do you often make immediate judgments about what the speaker is saying? Do you assume or guess what the speaker is going to say next? Do you sometimes discover later that you failed to interpret correctly what the speaker was telling you? Because a listener can listen at a faster rate than most speakers talk, there is a tendency to evaluate too quickly. That tendency is perhaps the greatest barrier to effective listening. It is especially important to avoid early evaluations when listening to a person with whom you disagree. When listeners begin to disagree with a sender's message, they tend to misinterpret the remaining information and distort its intended meaning so that it is consistent with their own beliefs.
4. AVOID GETTING DEFENSIVE. Do you ever take what another person says personally when what her or she is saying is not meant to be personal? Do you ever become angry at what another person says? Careful listening does not mean that you will always agree with the other party's point of view, but it does mean that you will try to listen to what the other person is saying without becoming overly defensive. Too much time spent explaining, elaborating, and defending your decision or position is a sure sign that you are not listening. This is because your role has changed from one of listening to a role of convincing others they are wrong. After listening to a position or suggestion with which you disagree, simply respond with something like, "I understand your point. We just disagree on this one." Effective listeners can listen calmly to another person even when that person is offering unjust criticism.
5. PRACTICE PARAPHRASING. Paraphrasing is the art of putting into your own words what you thought you heard and saying it back to the sender. For example, a subordinate might say: "You have been unfair to rate me so low on my performance appraisal. You have rated me lower than Jim. I can do the job better than him, and I've been here longer." A paraphrased response might be: "I can see that you are upset about your rating. You think it was unfair for me to rate you as I did." Paraphrasing is a great technique for improving your listening and problem-solving skills. First, you have to listen very carefully if you are going to accurately paraphrase what you heard. Second, the paraphrasing response will clarify for the sender that his or her message was correctly received and encourage the sender to expand on what he or she is trying to communicate.
6. LISTEN (AND OBSERVE) FOR FEELINGS. When listening, do you concentrate just on the words that are being said, or do you also concentrate on the way they are being said? The way a speaker is standing, the tone of voice and inflection he or she is using, and what the speaker is doing with his or her hands are all part of the message that is being sent. A person who raises his or her voice is probably either angry or frustrated. A person looking down while speaking is probably either embarrassed or shy. Interruptions may suggest fear or lack of confidence. Persons who make eye contact and lean forward are likely exhibiting confidence. Arguments may reflect worry. Inappropriate silence may be a sign of aggression and be intended as punishment.
7. ASK QUESTIONS. Do you usually ask questions when listening to a message? Do you try to clarify what a person has said to you? Effective listeners make certain they have correctly heard the message that is being sent. Ask questions to clarify points or to obtain additional information. Open-ended questions are the best. They require the speaker to convey more information. Form your questions in a way that makes it clear you have not yet drawn any conclusions. This will assure the message sender that you are only interested in obtaining more and better information. And the more information that you as a listener have, the better you can respond to the sender's communication.
LISTEN ACTIVELY
Not everyone has to possess the same style of listening, but internal auditors who use "active" listening will likely become much better listeners. Active listening demands that the receiver of a message put aside the belief that listening is easy and that it happens naturally and realize that effective listening is hard work. The result of active listening is more efficient and effective communication.
The Listening Quiz
Are you an effective listener? Ask a peer that you communicate with regularly and who you know will answer honestly to respond "yes" or "no" to these 10 questions. Do not answer the questions yourself. We often view ourselves as great listeners when, in fact, others know that we are not.
1. During the past two weeks, can you recall an incident where you thought I was not listening to you?
2. When you are talking to me, do you feel relaxed at least 90 percent of the time?
3. When you are talking to me, do I maintain eye contact with you most of the time?
4. Do I get defensive when you tell me things with which I disagree?
5. When talking to me, do I often ask questions to clarify what you are saying?
6. In a conversation, do I sometimes overreact to information?
7. Do I ever jump in and finish what you are saying?
8. Do I often change my opinion after talking something over with you?
9. When you are trying to communicate something to me, do I often do too much of the talking?
10. When you are talking to me, do I often play with a pen, pencil, my keys, or something else on my desk?
Use your peer's answers to grade your listening skills. If you received nine or 10 correct answers, you are an excellent listener; seven or eight correct answers indicates a good listener; five or six correct answers means you possess average listening skills; and less than five correct answers is reflective of a poor listener.
The answers most often given for effective listeners are: 1. no, 2. yes, 3. yes, 4. no, 5. yes, 6. no, 7. no, 8. yes, 9. no, 10. no.
To submit a "Back to Basics" article for consideration, or to request coverage of an introductory-level internal audit topic, please e-mail Larry Hubbard at Larry@LHubbard.com
TOM D. LEWIS, PHD, is an associate professor of accounting in the College of Business at Creighton University in Omaha, Neb.
GERALD GRAHAM, PHD, is the Clinton Distinguished Professor of Management in the Barton School of Business at Wichita State University in Witchita, Kan.
To comment on this article, e-mail the authors at tlewis@theiia.org.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
18 Things Guys Should Know... (by Girls)
1.We fart. And we think it's ****ing hilarious
2.Girls poop. sorry boys. i know in your world we don't, but we're not the perfect little girls you want us to be
3.We can burp with the best of you. We just choose to keep it between us.
4.We probably masturbate more than you.
5.We love touching eachother's boobs just for the hell of it. It's funny.
6.Kissing eachother isn't a big deal. It's kind of nice.
7.We don't always like to give head, so when you get it, don't put your hands on the back of our heads and hold down. We hate that.
8.Sometimes we go a couple of weeks without shaving...anything.
9.It's fun to skip sex, since most times we fake it anyway. Be a man and go down.
10.Watching porn doesn't really do it. reading it is what gets us hot.
11.We think lesbian porn is funny.
12.That whole head shaking thing when you go down on us? What the **** is that? don't do it. you're just wasting your time .. and ours.
13.The fingers don't always have to go in. Stay on the outside a bit. Trust me, it's better.
14.Not all girls are crazy about gifts. Just being with you is awesome.
15.We like hanging out with the guys. Girls suck.
16.Right, the reason we hate eachother so much? GIRLS ARE BITCHES.
17.DO NOT EVER EVER EVER ask us if we are pmsing just because we seem to be in a bad mood. It's not the greatest idea.
18.Suck it up, we're really horny during our periods .. hop in the shower, because you'll never get it as much as then
2.Girls poop. sorry boys. i know in your world we don't, but we're not the perfect little girls you want us to be
3.We can burp with the best of you. We just choose to keep it between us.
4.We probably masturbate more than you.
5.We love touching eachother's boobs just for the hell of it. It's funny.
6.Kissing eachother isn't a big deal. It's kind of nice.
7.We don't always like to give head, so when you get it, don't put your hands on the back of our heads and hold down. We hate that.
8.Sometimes we go a couple of weeks without shaving...anything.
9.It's fun to skip sex, since most times we fake it anyway. Be a man and go down.
10.Watching porn doesn't really do it. reading it is what gets us hot.
11.We think lesbian porn is funny.
12.That whole head shaking thing when you go down on us? What the **** is that? don't do it. you're just wasting your time .. and ours.
13.The fingers don't always have to go in. Stay on the outside a bit. Trust me, it's better.
14.Not all girls are crazy about gifts. Just being with you is awesome.
15.We like hanging out with the guys. Girls suck.
16.Right, the reason we hate eachother so much? GIRLS ARE BITCHES.
17.DO NOT EVER EVER EVER ask us if we are pmsing just because we seem to be in a bad mood. It's not the greatest idea.
18.Suck it up, we're really horny during our periods .. hop in the shower, because you'll never get it as much as then
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Ações: fundos de índices são opção barata para diversificar
Simplicidade e custo menor em relação à compra de ações avulsas. Esses são os dois maiores benefícios dos fundos de índice ou Exchange Traded Funds (ETFs). Esse tipo de fundo, negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) como se fosse uma ação, tenta obter o mesmo retorno de determinados índices. Ele é diferente do fundo de investimento em ações (FIA), que faz uma gestão ativa, buscando um rendimento superior a um índice conhecido, e também está sujeito a outras taxas.
Ao comprar cotas (no mínimo dez, para ingressar nesse mercado) de um fundo como o BOVA11, que replica o índice Ibovespa, por exemplo, a pessoa física reúne em uma só operação o desempenho de todos os 69 papéis que compõem o índice. Comprando esse ETF, o investidor consegue reunir as 69 ações do Ibovespa em apenas uma operação, uma forma muito mais barata do que comprar cada um dos papéis pagando taxas em 69 operações.
Por isso, especialistas dizem que o ETF é um instrumento que dá acesso à estratégia de diluição de risco ao facilitar a diversificação de ações.
"O fundo é bom para quem não quer se sujeitar ao risco de oscilação de uma ação específica ou de um grupo de algumas ações", diz o superintendente de estratégia e produtos da Santander Corretora, Hugo Azevedo.
Outra vantagem do ETF, desta vez em relação a fundos de ações, é que a excução das ordens de compra e venda do investidor são feitas durante o mesmo pregão em que foram pedidas, ao contrário dos fundos tradicionais de investimento em ações, em que é preciso aguardar o fechamento do mercado - e a cotação ponderada da cota no dia - para vendê-las no dia seguinte. Ou seja, nos fundos de investimento nem sempre o preço da cota do investidor no momento em que ele dá a ordem de venda é o mesmo de quando ela efetivamente será vendida.
O valor das cotas dos ETFs é atualizado a cada 15 minutos no site da Bovespa e no painel de controle dos home brokers.
A maior desvantagem dos fundos de índice é a tributação do Imposto de Renda. Não há nenhuma isenção, e os ganhos de capital são tributados em 15% no momento do resgate das cotas, assim como nos fundos de investimento em ações. Quando o investidor compra diretamente papéis, sem ser via fundos de investimento ou ETFs, a pessoa física só paga na fonte o valor que ultrapassar R$ 20 mil no mês.
Em relação à burocracia, com investimento em ETFs o investidor precisa enviar à Receita Federal, se vendeu a cota, todo mês um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) declarando o ganho que obteve. Nos fundos de investimento o imposto já fica retido pela corretora quando o investidor resgata a cota, o que o isenta de enviar o Darf.
Quais são os ETFs
Os atuais fundos brasileiros são os que replicam os índices Ibovespa (BOVA11), IBrX-100 (BRAX11), Consumo (CSMO11), Mid-Large (MILA11), Imobiliário (MOBI11), Small Caps (SMAL11) e IBrx-50 (PIBB11).
Esses fundos são geridos por uma instituição financeira. A BlackRock controla os seis primeiros e o Itaú gere o PIBB11, o primeiro criado no Brasil. Recentemente, o Itaú recebeu licença da Bovespa para gerir outros dois fundos de índices, um de sustentabilidade, com base no índice ISE, e um de governança corporativa, que espelhará o IGCT.
Os gestores são responsáveis por ajustar, no fundo, a composição e o peso que cada ação exerce no índice em que se espelha.
Para o presidente-executivo da BlackRock, Luiz Felipe Pinheiro de Andrade, os fundos de índice podem satisfazer todos os perfis de investimento. "Os ETFs mais tradicionais, como os que replicam Ibovespa ou Small Caps (ações de pequenas empresas), são fantásticos para os mais conservadores, que querem investir a longo prazo, e os que acompanham índices setoriais, como imobiliário e consumo, são melhores para o investidor mais agressivo", afirma.
Compra e taxas
Para adquirir uma cota de ETF, o investidor deve se dirigir a uma corretora, que será responsável pelas negociações. Cada corretora cobra, por investidor individual, uma taxa de corretagem, que pode ser fixa por operação realizada ou percentual em relação ao investido; uma taxa de custódia das ações (que nem sempre é cobrada); e emolumentos, enviados à Bovespa, sobre operações normais (0,0285%) ou compra e venda no mesmo pregão, o chamado day trade (0,019%).
Ao contrário dos fundos de investimento em ações, além dessas taxas, o investidor de ETF paga uma de gestão à instituição que gere o fundo, que já vem embutida no valor da cota que ele adquire. Essa taxa é usada pela gestora para administrar o fundo e pagar royalties para a Bovespa pelo uso do índice como referência.
Nos fundos de investimento em ações, a taxa da gestora não existe.
Alguns fundos de índice podem cobrar também uma taxa de performance - uma porcentagem do que superar o rendimento do índice em que se baseia seu rendimento, apesar de esse não ser seu objetivo.
Ao comprar cotas (no mínimo dez, para ingressar nesse mercado) de um fundo como o BOVA11, que replica o índice Ibovespa, por exemplo, a pessoa física reúne em uma só operação o desempenho de todos os 69 papéis que compõem o índice. Comprando esse ETF, o investidor consegue reunir as 69 ações do Ibovespa em apenas uma operação, uma forma muito mais barata do que comprar cada um dos papéis pagando taxas em 69 operações.
Por isso, especialistas dizem que o ETF é um instrumento que dá acesso à estratégia de diluição de risco ao facilitar a diversificação de ações.
"O fundo é bom para quem não quer se sujeitar ao risco de oscilação de uma ação específica ou de um grupo de algumas ações", diz o superintendente de estratégia e produtos da Santander Corretora, Hugo Azevedo.
Outra vantagem do ETF, desta vez em relação a fundos de ações, é que a excução das ordens de compra e venda do investidor são feitas durante o mesmo pregão em que foram pedidas, ao contrário dos fundos tradicionais de investimento em ações, em que é preciso aguardar o fechamento do mercado - e a cotação ponderada da cota no dia - para vendê-las no dia seguinte. Ou seja, nos fundos de investimento nem sempre o preço da cota do investidor no momento em que ele dá a ordem de venda é o mesmo de quando ela efetivamente será vendida.
O valor das cotas dos ETFs é atualizado a cada 15 minutos no site da Bovespa e no painel de controle dos home brokers.
A maior desvantagem dos fundos de índice é a tributação do Imposto de Renda. Não há nenhuma isenção, e os ganhos de capital são tributados em 15% no momento do resgate das cotas, assim como nos fundos de investimento em ações. Quando o investidor compra diretamente papéis, sem ser via fundos de investimento ou ETFs, a pessoa física só paga na fonte o valor que ultrapassar R$ 20 mil no mês.
Em relação à burocracia, com investimento em ETFs o investidor precisa enviar à Receita Federal, se vendeu a cota, todo mês um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) declarando o ganho que obteve. Nos fundos de investimento o imposto já fica retido pela corretora quando o investidor resgata a cota, o que o isenta de enviar o Darf.
Quais são os ETFs
Os atuais fundos brasileiros são os que replicam os índices Ibovespa (BOVA11), IBrX-100 (BRAX11), Consumo (CSMO11), Mid-Large (MILA11), Imobiliário (MOBI11), Small Caps (SMAL11) e IBrx-50 (PIBB11).
Esses fundos são geridos por uma instituição financeira. A BlackRock controla os seis primeiros e o Itaú gere o PIBB11, o primeiro criado no Brasil. Recentemente, o Itaú recebeu licença da Bovespa para gerir outros dois fundos de índices, um de sustentabilidade, com base no índice ISE, e um de governança corporativa, que espelhará o IGCT.
Os gestores são responsáveis por ajustar, no fundo, a composição e o peso que cada ação exerce no índice em que se espelha.
Para o presidente-executivo da BlackRock, Luiz Felipe Pinheiro de Andrade, os fundos de índice podem satisfazer todos os perfis de investimento. "Os ETFs mais tradicionais, como os que replicam Ibovespa ou Small Caps (ações de pequenas empresas), são fantásticos para os mais conservadores, que querem investir a longo prazo, e os que acompanham índices setoriais, como imobiliário e consumo, são melhores para o investidor mais agressivo", afirma.
Compra e taxas
Para adquirir uma cota de ETF, o investidor deve se dirigir a uma corretora, que será responsável pelas negociações. Cada corretora cobra, por investidor individual, uma taxa de corretagem, que pode ser fixa por operação realizada ou percentual em relação ao investido; uma taxa de custódia das ações (que nem sempre é cobrada); e emolumentos, enviados à Bovespa, sobre operações normais (0,0285%) ou compra e venda no mesmo pregão, o chamado day trade (0,019%).
Ao contrário dos fundos de investimento em ações, além dessas taxas, o investidor de ETF paga uma de gestão à instituição que gere o fundo, que já vem embutida no valor da cota que ele adquire. Essa taxa é usada pela gestora para administrar o fundo e pagar royalties para a Bovespa pelo uso do índice como referência.
Nos fundos de investimento em ações, a taxa da gestora não existe.
Alguns fundos de índice podem cobrar também uma taxa de performance - uma porcentagem do que superar o rendimento do índice em que se baseia seu rendimento, apesar de esse não ser seu objetivo.
Imóveis: saiba como aproveitar a alta de preços para investir
O setor imobiliário aquecido tem deixado mais distante o objetivo de compra da casa própria. Os imóveis usados localizados na cidade de São Paulo, por exemplo, registraram valorização de até 269% em 2010, segundo pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP). Contudo, há uma forma de aproveitar essa alta de preços no setor: investir em imóveis via fundos.
Se comprar um imóvel para morar tem ficado cada vez mais caro, investir no setor comprando e vendendo casas, terrenos e apartamentos também está distante da maioria dos investidores. Mas os fundos de investimento do setor têm como característica principal permitir o investimento a partir de um valor menor.
Os fundos são formados por grupos de investidores que detém imóveis, normalmente comerciais, como shoppings e escritórios. O capital do fundo é dividido em quotas que são comercializadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). É uma alternativa criada pelo governo e iniciativa privada de conseguir recursos para novos projetos imobiliários.
Para adquirir quotas no mercado de fundos é necessário estar cadastrado em uma corretora que fará a intermediação. Há atualmente cerca de 50 fundos com negócios na Bovespa. Qualquer pessoa pode investir desde que tenha o valor mínimo da quota que irá comprar. "O sujeito pode comprar uma quota de R$ 1,00 se quiser. As quotas variam entre R$ 1,00 até quase R$ 3,5 mil", disse Sérgio Belleza, consultor de investimento e criador de dois fundos imobiliários.
Impostos e taxas
As taxas cobradas pelas corretoras são variáveis. "Normalmente (as corretoras) trabalham com a tabela de 0,5% sobre o valor (investido, cobrada uma única vez)", disse Belleza. Os investimentos em fundos imobiliários estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda (IR) à alíquota de 20% sobre o rendimento. Porém, as pessoas físicas são isentas do IR quando detêm até 10% das quotas. Além disso, o fundo deve ter pelo menos 50 quotistas e ter seus papéis negociados em bolsa ou mercado de balcão organizado para que haja essa isenção.
Já o fundo é isento de tributação quando distribui, pelo menos a cada seis meses, 95% do rendimento para os quotistas, e quando não investe em propriedades que tenham como incorporador, sócio ou construtor, quotista que possua mais de 25% de quotas.
O quotista tem de pagar ainda uma taxa pelo serviço de administração do fundo. Segundo Alan Soares, coach financeiro da Trader Brasil Private, ela varia entre 0,6% e 1,5%, ao ano, sobre o valor do investimento. Além dela, pode haver eventuais taxas de ingresso e saída do fundo. A legislação obriga que todas as cobranças devam estar previstas no regulamento.
No caso de ganho de capital que o quotista porventura obtiver na venda de quotas, há tributação à alíquota de 20% sobre o lucro.
Lucro e resgate
O eventual lucro do fundo vem a partir da locação, arrendamento ou alienação dos imóveis. "Em um shopping, o administrador ganha com o aluguel das lojas, a concessão do estacionamento e ainda com uma porcentagem do lucro das lojas. Quando o terreno se valoriza ele também ganha", afirmou Soares, da Trader Brasil. Conforme o empreendimento valoriza, o título relacionado a ele torna-se mais atraente no mercado e, pela relação entre oferta e procura, também tem elevação no valor.
De acordo com educador financeiro, o rendimento médio mensal líquido de um fundo está entre 0,6% e 0,9% do capital investido, valor semelhante ao aluguel de um imóvel. "Mas a vantagem para o investidor (quotista) é que ele divide os riscos em vários imóveis", afirmou.
O pagamento dos dividendos é realizado todo mês. Já para resgatar o valor do investimento só há uma única alternativa: vender a quota no mercado secundário. Isso significa encontrar alguém que queira comprar na bolsa. Segundo Belleza, os fundos são um investimento conservador e de longo prazo e não existe muito giro nas operações "porque quase todos os fundos deram alegria para seus investidores", disse o consultor.
Riscos
Como todo investimento, os fundos imobiliários também apresentam riscos. Como o rendimento das quotas varia conforme a movimentação do mercado imobiliário, uma crise no setor traria problemas para os investimentos. "São praticamente os mesmos riscos de alguém que comprou um imóvel tem", afirmou Soares.
Para Sérgio Belleza a manjada regra de estudar antes de investir deve ser respeitada. "Não se iludir com promessa de rentabilidade e se informar onde é formada a receita desse fundo, conhecer quem são os inquilinos do empreendimento e olhar a liquidez na bolsa. Os fundos têm diferentes riscos".
O atual aquecimento do setor imobiliário contribui para um melhor desempenho dos fundos. A alta dos preços dos imóveis e dos aluguéis reflete no lucro obtido pelos quotistas. "Os fundos fecharam 2010 com rentabilidade média excepcional de 35%. Apenas três (fundos), no máximo, ficaram negativos", disse Soares, e acrescentou que não acredita em uma crise no setor até 2016 por conta dos grandes investimentos que a Copa do Mundo e a Olimpíada no Rio de Janeiro trarão ao País.
CRIs
Outro modelo de investimento ligado ao mercado imobiliário é a compra dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), emitidos por uma instituição financeira. A particularidade desta modalidade é que ela apresenta vencimento, ao contrário dos fundos imobiliários comuns. O funcionamento é muito parecido com o investimento em renda fixa, quando o investidor sabe antes quanto renderá o capital investido e quando é o vencimento do papel.
Os CRIs fazem parte de um processo chamado de securitização, que significa transformar uma dívida em um título de investimento. A instituição financeira que realiza empréstimo para o setor imobiliário repassa a dívida para o investidor, que receberá juros fixados previamente. Dessa forma, o risco do investimento está ligado à inadimplência de quem tomou o empréstimo. Caso o devedor pare de pagar a dívida, o investidor deixa de receber os juros mensais de valorização do CRI. Se a dívida voltar a ser paga após um tempo, os valores serão pagos e corrigidos pelo período que ficaram estagnados. Caso o título seja de até R$ 70 mil, o Fundo Garantidor do Crédito, reembolsa o investimento.
Com relação à tributação, os CRIs funcionam de forma semelhante aos fundos. O rendimento dos títulos não sofre incidência do imposto de renda, mas se forem negociados em bolsa por um valor maior que o da compra, haverá tributação de 20% sobre o lucro. O pagamento dos juros da valorização do papel é realizado todo mês e, ao final do vencimento, é pago o valor do título que também é isento de IR. Apesar de o vencimento dos papéis ser de longo prazo (mais de um ano), o investidor pode vendê-los antes no mercado secundário.
Normalmente os CRIs são negociados por um valor de cerca de R$ 300 mil, a partir de uma instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que limitou este tipo de investimento apenas para grandes investidores. No entanto, já existem instituições que negociam por um valor menor, como estratégia da iniciativa privada e governo federal para obter mais recursos de financiamento a empreendimentos imobiliários e, assim, minimizar os efeitos de uma possível escassez de crédito. O CRI permanece ainda como um modelo de investimento pouco popular. De acordo com a Bovespa, as taxas pagas pelo investimento são de 0,1% de corretagem apenas no ato da compra ou venda e, caso o valor do título seja inferior a R$ 300 mil não há taxas de custódia. Se for superior, a taxa varia entre 0,013% a 0,05% ao mês.
O rendimento também pode diferir conforme o título. Há CRIs indexados à taxa Selic (taxa básica de juros do País definida pelo Banco Central), ou com uma taxa de juros pré-fixada. Há também títulos que envolvem taxas pré e pós-fixadas, ou seja, o papel vai render a uma taxa fixa, mais um prêmio ligado a um índice de preços (IGP-M ou IPCA).
Se comprar um imóvel para morar tem ficado cada vez mais caro, investir no setor comprando e vendendo casas, terrenos e apartamentos também está distante da maioria dos investidores. Mas os fundos de investimento do setor têm como característica principal permitir o investimento a partir de um valor menor.
Os fundos são formados por grupos de investidores que detém imóveis, normalmente comerciais, como shoppings e escritórios. O capital do fundo é dividido em quotas que são comercializadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). É uma alternativa criada pelo governo e iniciativa privada de conseguir recursos para novos projetos imobiliários.
Para adquirir quotas no mercado de fundos é necessário estar cadastrado em uma corretora que fará a intermediação. Há atualmente cerca de 50 fundos com negócios na Bovespa. Qualquer pessoa pode investir desde que tenha o valor mínimo da quota que irá comprar. "O sujeito pode comprar uma quota de R$ 1,00 se quiser. As quotas variam entre R$ 1,00 até quase R$ 3,5 mil", disse Sérgio Belleza, consultor de investimento e criador de dois fundos imobiliários.
Impostos e taxas
As taxas cobradas pelas corretoras são variáveis. "Normalmente (as corretoras) trabalham com a tabela de 0,5% sobre o valor (investido, cobrada uma única vez)", disse Belleza. Os investimentos em fundos imobiliários estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda (IR) à alíquota de 20% sobre o rendimento. Porém, as pessoas físicas são isentas do IR quando detêm até 10% das quotas. Além disso, o fundo deve ter pelo menos 50 quotistas e ter seus papéis negociados em bolsa ou mercado de balcão organizado para que haja essa isenção.
Já o fundo é isento de tributação quando distribui, pelo menos a cada seis meses, 95% do rendimento para os quotistas, e quando não investe em propriedades que tenham como incorporador, sócio ou construtor, quotista que possua mais de 25% de quotas.
O quotista tem de pagar ainda uma taxa pelo serviço de administração do fundo. Segundo Alan Soares, coach financeiro da Trader Brasil Private, ela varia entre 0,6% e 1,5%, ao ano, sobre o valor do investimento. Além dela, pode haver eventuais taxas de ingresso e saída do fundo. A legislação obriga que todas as cobranças devam estar previstas no regulamento.
No caso de ganho de capital que o quotista porventura obtiver na venda de quotas, há tributação à alíquota de 20% sobre o lucro.
Lucro e resgate
O eventual lucro do fundo vem a partir da locação, arrendamento ou alienação dos imóveis. "Em um shopping, o administrador ganha com o aluguel das lojas, a concessão do estacionamento e ainda com uma porcentagem do lucro das lojas. Quando o terreno se valoriza ele também ganha", afirmou Soares, da Trader Brasil. Conforme o empreendimento valoriza, o título relacionado a ele torna-se mais atraente no mercado e, pela relação entre oferta e procura, também tem elevação no valor.
De acordo com educador financeiro, o rendimento médio mensal líquido de um fundo está entre 0,6% e 0,9% do capital investido, valor semelhante ao aluguel de um imóvel. "Mas a vantagem para o investidor (quotista) é que ele divide os riscos em vários imóveis", afirmou.
O pagamento dos dividendos é realizado todo mês. Já para resgatar o valor do investimento só há uma única alternativa: vender a quota no mercado secundário. Isso significa encontrar alguém que queira comprar na bolsa. Segundo Belleza, os fundos são um investimento conservador e de longo prazo e não existe muito giro nas operações "porque quase todos os fundos deram alegria para seus investidores", disse o consultor.
Riscos
Como todo investimento, os fundos imobiliários também apresentam riscos. Como o rendimento das quotas varia conforme a movimentação do mercado imobiliário, uma crise no setor traria problemas para os investimentos. "São praticamente os mesmos riscos de alguém que comprou um imóvel tem", afirmou Soares.
Para Sérgio Belleza a manjada regra de estudar antes de investir deve ser respeitada. "Não se iludir com promessa de rentabilidade e se informar onde é formada a receita desse fundo, conhecer quem são os inquilinos do empreendimento e olhar a liquidez na bolsa. Os fundos têm diferentes riscos".
O atual aquecimento do setor imobiliário contribui para um melhor desempenho dos fundos. A alta dos preços dos imóveis e dos aluguéis reflete no lucro obtido pelos quotistas. "Os fundos fecharam 2010 com rentabilidade média excepcional de 35%. Apenas três (fundos), no máximo, ficaram negativos", disse Soares, e acrescentou que não acredita em uma crise no setor até 2016 por conta dos grandes investimentos que a Copa do Mundo e a Olimpíada no Rio de Janeiro trarão ao País.
CRIs
Outro modelo de investimento ligado ao mercado imobiliário é a compra dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), emitidos por uma instituição financeira. A particularidade desta modalidade é que ela apresenta vencimento, ao contrário dos fundos imobiliários comuns. O funcionamento é muito parecido com o investimento em renda fixa, quando o investidor sabe antes quanto renderá o capital investido e quando é o vencimento do papel.
Os CRIs fazem parte de um processo chamado de securitização, que significa transformar uma dívida em um título de investimento. A instituição financeira que realiza empréstimo para o setor imobiliário repassa a dívida para o investidor, que receberá juros fixados previamente. Dessa forma, o risco do investimento está ligado à inadimplência de quem tomou o empréstimo. Caso o devedor pare de pagar a dívida, o investidor deixa de receber os juros mensais de valorização do CRI. Se a dívida voltar a ser paga após um tempo, os valores serão pagos e corrigidos pelo período que ficaram estagnados. Caso o título seja de até R$ 70 mil, o Fundo Garantidor do Crédito, reembolsa o investimento.
Com relação à tributação, os CRIs funcionam de forma semelhante aos fundos. O rendimento dos títulos não sofre incidência do imposto de renda, mas se forem negociados em bolsa por um valor maior que o da compra, haverá tributação de 20% sobre o lucro. O pagamento dos juros da valorização do papel é realizado todo mês e, ao final do vencimento, é pago o valor do título que também é isento de IR. Apesar de o vencimento dos papéis ser de longo prazo (mais de um ano), o investidor pode vendê-los antes no mercado secundário.
Normalmente os CRIs são negociados por um valor de cerca de R$ 300 mil, a partir de uma instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que limitou este tipo de investimento apenas para grandes investidores. No entanto, já existem instituições que negociam por um valor menor, como estratégia da iniciativa privada e governo federal para obter mais recursos de financiamento a empreendimentos imobiliários e, assim, minimizar os efeitos de uma possível escassez de crédito. O CRI permanece ainda como um modelo de investimento pouco popular. De acordo com a Bovespa, as taxas pagas pelo investimento são de 0,1% de corretagem apenas no ato da compra ou venda e, caso o valor do título seja inferior a R$ 300 mil não há taxas de custódia. Se for superior, a taxa varia entre 0,013% a 0,05% ao mês.
O rendimento também pode diferir conforme o título. Há CRIs indexados à taxa Selic (taxa básica de juros do País definida pelo Banco Central), ou com uma taxa de juros pré-fixada. Há também títulos que envolvem taxas pré e pós-fixadas, ou seja, o papel vai render a uma taxa fixa, mais um prêmio ligado a um índice de preços (IGP-M ou IPCA).
Confira dicas de 11 dos maiores investidores de ações do mundo
Segundo grandes nomes do mercado de ações, investir em renda variável exige planejamento, paciência e dedicação. O portal Terra selecionou 18 dicas úteis de onze dos maiores investidores do mundo para começar e terminar bem seus negócios na bolsa de valores. Confira a seguir:
1 Peter Lynch, consultor na Fidelity Investments
- Ações "quentes" podem subir rapidamente (...), mas uma vez que não há nada além de esperança e ar sustentando-as lá em cima, elas caem com a mesma velocidade. (Retirado do livro One up on Wall Street: how to use what you already know to make money in the market, de Peter Lynch e John Rothchild (editora Simon & Schuster, 2000)
- Independente do método que você usar para escolher ações, seu sucesso ou fracasso definitivos vão depender de sua habilidade para ignorar as preocupações do mundo por tempo suficiente para permitir que seus investimentos vinguem. Não é a cabeça, e sim o estômago, que determina o destino do investidor de ações. (Extraído do livro Beating the Street, de Peter Lynch e John Rothchild (editora Simon & Schuster, 2000)
2- Edward Lampert, presidente da Sears
- Antecipar-se é o segredo para investir e fazer negócios. Você não pode esperar uma oportunidade se tornar óbvia para o mercado para então investir nela. (Em entrevista à série "O melhor conselho que já recebi" da revista Fortune)
3- Warren Buffett, presidente da financeira Berkshire Hathaway
- Não é preciso fazer coisas extraordinárias para obter resultados extraordinários. Para realmente enriquecer, você não precisa tentar ficar rico da noite para o dia. (Retirado do livro The Tao of Warren Buffett: Warren Buffett's words of wisdom, de Mary Buffett e David Clark (editora Simon and Schuster, 2006)
- É preciso encarar as ações como pequenos pedaços de negócios. (Retirado de Warren Buffett speaks: wit and wisdom from the world's greatest investor, de Buffett e Janet Lowe (editora John Wiley and Sons, 2007)
- Veja a oscilação do mercado como um amigo, não um inimigo - lucre com essa loucura, ao invés de participar dela. (Retirado de Warren Buffett speaks: wit and wisdom from the world's greatest investor, de Buffett e Janet Lowe (editora John Wiley and Sons, 2007)
- Você deve investir assim como os católicos se casam - para toda a vida. (Retirado do livro The Tao of Warren Buffett: Warren Buffett's words of wisdom, de Mary Buffett e David Clark (editora Simon and Schuster, 2006)
4- Jack Bogle, fundador do Vanguard Group
- Marche no seu próprio ritmo, busque o ideal, concentre-se no objetivo que têm às mãos. (...) Se você tiver um grande palpite, faça-o. (Em entrevista ao The Philly Inquirer)
5- Carl Icahn, dono da Icahn Partners e de cassino em Las Vegas
- Eu ganho todos esses bilhões de dólares porque existem muitas empresas com problemas que podem ser facilmente resolvidos. (Em entrevista à coluna "Money Talks", de Steven Bertoni, na revista Forbes)
6- T. Boone Pickens, presidente da BP Capital Management
- Aprenda a analisar bem os riscos dos ativos e expectativa de ganhos, porque nada substitui uma boa investigação. (Retirado de seu site oficial)
- Mire os objetivos, não o tamanho da empresa. Você não consegue medir a capacidade de um lugar pelo seu tamanho, a não ser um estádio de futebol. (Retirado de seu site oficial)
7- Kirk Kerkorian, dono da Tracinda e MGM Mirage
- Sempre deixe portas abertas. É tolerável perder quase tudo o que você tem, contanto que consiga novamente arrecadar dinheiro para outro projeto. (Las Vegas Review-Journal)
8- Bill Miller, presidente da Legg Mason Capital Management
- Nos mercados, todos tendem a perceber as mesmas coisas, ler os mesmos jornais e consultar as mesmas fontes de informação. A única maneira de chegar a uma solução diferente é organizar dados de outra forma ou analisar fatos que não são geralmente analisados. (Retirado do site oficial de sua empresa)
9- George Soros, presidente da Soros Fund Management e do Open Society Institute
- O que importa não é se você está certo ou errado, mas sim quanto dinheiro você ganha quando está certo e quanto você perde quando está errado. (Trecho do livro Soros: the world's most influential investor, de Robert Slater (editora McGraw Hill, 2009)
- Eu cometo tantos erros quanto qualquer um. Mas acho que me destaco por reconhecer meus erros. E esse é o segredo do meu sucesso. (Do livro Soros: the world's most influential investor, de Robert Slater (editora McGraw Hill, 2009)
- Invista antes e investigue depois. (Do livro Soros: the world's most influential investor, de Robert Slater (editora McGraw Hill, 2009)
10- Donald Trump, investidor imobiliário, dono da Trump World Tower, em Nova York
- A experiência me ensinou algumas coisas. A primeira é seguir seu instinto, não importa o quanto algum projeto pareça excelente no papel. A segunda é que você será quase sempre melhor se ater-se ao que conhece. E a terceira é que, às vezes, seus melhores investimentos são aqueles que você não faz. (Entrevista à New York Magazine, em 1987)
11- Jim Rogers, criador do Quantum Fund, com George Soros
- Não comece a investir antes de poder afirmar com toda a certeza que você conhece mais a fundo essa empresa que 98% dos analistas de Wall Street. Acredite em mim, isso pode ser feito. Mas só com um esforço adicional. (Retirado do livro A gift to my children: a father's lessons for life and investing, de Jim Rogers)
1 Peter Lynch, consultor na Fidelity Investments
- Ações "quentes" podem subir rapidamente (...), mas uma vez que não há nada além de esperança e ar sustentando-as lá em cima, elas caem com a mesma velocidade. (Retirado do livro One up on Wall Street: how to use what you already know to make money in the market, de Peter Lynch e John Rothchild (editora Simon & Schuster, 2000)
- Independente do método que você usar para escolher ações, seu sucesso ou fracasso definitivos vão depender de sua habilidade para ignorar as preocupações do mundo por tempo suficiente para permitir que seus investimentos vinguem. Não é a cabeça, e sim o estômago, que determina o destino do investidor de ações. (Extraído do livro Beating the Street, de Peter Lynch e John Rothchild (editora Simon & Schuster, 2000)
2- Edward Lampert, presidente da Sears
- Antecipar-se é o segredo para investir e fazer negócios. Você não pode esperar uma oportunidade se tornar óbvia para o mercado para então investir nela. (Em entrevista à série "O melhor conselho que já recebi" da revista Fortune)
3- Warren Buffett, presidente da financeira Berkshire Hathaway
- Não é preciso fazer coisas extraordinárias para obter resultados extraordinários. Para realmente enriquecer, você não precisa tentar ficar rico da noite para o dia. (Retirado do livro The Tao of Warren Buffett: Warren Buffett's words of wisdom, de Mary Buffett e David Clark (editora Simon and Schuster, 2006)
- É preciso encarar as ações como pequenos pedaços de negócios. (Retirado de Warren Buffett speaks: wit and wisdom from the world's greatest investor, de Buffett e Janet Lowe (editora John Wiley and Sons, 2007)
- Veja a oscilação do mercado como um amigo, não um inimigo - lucre com essa loucura, ao invés de participar dela. (Retirado de Warren Buffett speaks: wit and wisdom from the world's greatest investor, de Buffett e Janet Lowe (editora John Wiley and Sons, 2007)
- Você deve investir assim como os católicos se casam - para toda a vida. (Retirado do livro The Tao of Warren Buffett: Warren Buffett's words of wisdom, de Mary Buffett e David Clark (editora Simon and Schuster, 2006)
4- Jack Bogle, fundador do Vanguard Group
- Marche no seu próprio ritmo, busque o ideal, concentre-se no objetivo que têm às mãos. (...) Se você tiver um grande palpite, faça-o. (Em entrevista ao The Philly Inquirer)
5- Carl Icahn, dono da Icahn Partners e de cassino em Las Vegas
- Eu ganho todos esses bilhões de dólares porque existem muitas empresas com problemas que podem ser facilmente resolvidos. (Em entrevista à coluna "Money Talks", de Steven Bertoni, na revista Forbes)
6- T. Boone Pickens, presidente da BP Capital Management
- Aprenda a analisar bem os riscos dos ativos e expectativa de ganhos, porque nada substitui uma boa investigação. (Retirado de seu site oficial)
- Mire os objetivos, não o tamanho da empresa. Você não consegue medir a capacidade de um lugar pelo seu tamanho, a não ser um estádio de futebol. (Retirado de seu site oficial)
7- Kirk Kerkorian, dono da Tracinda e MGM Mirage
- Sempre deixe portas abertas. É tolerável perder quase tudo o que você tem, contanto que consiga novamente arrecadar dinheiro para outro projeto. (Las Vegas Review-Journal)
8- Bill Miller, presidente da Legg Mason Capital Management
- Nos mercados, todos tendem a perceber as mesmas coisas, ler os mesmos jornais e consultar as mesmas fontes de informação. A única maneira de chegar a uma solução diferente é organizar dados de outra forma ou analisar fatos que não são geralmente analisados. (Retirado do site oficial de sua empresa)
9- George Soros, presidente da Soros Fund Management e do Open Society Institute
- O que importa não é se você está certo ou errado, mas sim quanto dinheiro você ganha quando está certo e quanto você perde quando está errado. (Trecho do livro Soros: the world's most influential investor, de Robert Slater (editora McGraw Hill, 2009)
- Eu cometo tantos erros quanto qualquer um. Mas acho que me destaco por reconhecer meus erros. E esse é o segredo do meu sucesso. (Do livro Soros: the world's most influential investor, de Robert Slater (editora McGraw Hill, 2009)
- Invista antes e investigue depois. (Do livro Soros: the world's most influential investor, de Robert Slater (editora McGraw Hill, 2009)
10- Donald Trump, investidor imobiliário, dono da Trump World Tower, em Nova York
- A experiência me ensinou algumas coisas. A primeira é seguir seu instinto, não importa o quanto algum projeto pareça excelente no papel. A segunda é que você será quase sempre melhor se ater-se ao que conhece. E a terceira é que, às vezes, seus melhores investimentos são aqueles que você não faz. (Entrevista à New York Magazine, em 1987)
11- Jim Rogers, criador do Quantum Fund, com George Soros
- Não comece a investir antes de poder afirmar com toda a certeza que você conhece mais a fundo essa empresa que 98% dos analistas de Wall Street. Acredite em mim, isso pode ser feito. Mas só com um esforço adicional. (Retirado do livro A gift to my children: a father's lessons for life and investing, de Jim Rogers)
Em 10 anos, valorização das ações da Vale foi três vezes a da Petrobras
De 2001 a 2011, rentabilidade dos papéis foi de 834%.
Levantamento é da consultoria Economatica.


A valorização das ações ordinárias, com direito a voto, da mineradora Vale foi de cerca de 834%, descontada a inflação, nos últimos dez anos - de 30 de junho de 2001, data em que o atual presidente da companhia, Roger Agnelli, assumiu o cargo, até segunda-feira, 4 de abril, quando Murilo Ferreira foi indicado para ocupar a presidência, a partir de 22 de maio. O novo nome foi indicado pelos acionistas controladores da Valepar e ainda terá de ser aprovado pelo Conselho de Administração da Vale.
O levantamento sobre a evolução dos papeis da companhia foi feito pela consultoria Economatica, a pedido do G1.
Quando comparada a rentabilidade dos papeis da mineradora com a das ações da gigante estatal Petrobras, a valorização, nesse período, foi praticamente o triplo. Enquanto as ações da Vale valorizaram 834%, as da Petrobras chegaram a 250%. Comportamento semelhante é observado nas ações preferenciais, sem direito a voto. Nos dez anos em análise, enquanto as ações da Vale valorizaram 765%, as da Petrobras avançaram 257%. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), viu sua rentabilidade variar 155,5%. A Vale contabiliza, neste ano, 47 mil acionistas.
Quanto à evolução do valor de mercado das duas empresas, o da Vale foi de R$ 20,32 bilhões, em 30 de junho de 2001, para R$ 270,69 bilhões atualmente, considerando dados desta útlima segunda-feira. Já o valor da Petrobras foi de R$ 62,545 bilhões para R$ 404,387 bilhões no período, de acordo com levantamento da consultoria.
Hoje, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o valor de mercado da Vale em 2010 é superior à economia de países vizinhos como o Peru. No ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do país somou US$ 153,54 bilhões, o equivalente a aproximadamente R$ 247 bilhões.
Lucro
No ano passado, a Vale atingiu lucro líquido de US$ 17,3 bilhões – resultado superior ao registrado em 2001, de US$ 1,3 bilhão, quando Agnelli assumiu a mineradora. O lucro anunciado pela companhia foi o segundo maior registrado por uma empresa de capital aberto brasileira, segundo levantamento da Economatica, divulgado na época, feito com base nas informações apresentadas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em primeiro lugar, aparecia a Petrobras que, em 2008, teve lucro de R$ 32,98 bilhões.
Troca de comando
A indicação de Ferreira surpreendeu o mercado. O nome mais cotado era o de Tito Martins, que comanda a Vale no Canadá - onde substituiu o próprio Murilo Ferreira em 2008.
A campanha pela saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, cargo que o executivo ocupa desde 2001, começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima.
Em 2009, Lula criticou a Vale, defendendo que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale.
O mercado teme que haja interferência política na Vale que, sob o comando de Roger Agnelli, chegou à posição de segunda maior mineradora do mundo e maior exportadora brasileira. Em 2010, a empresa registrou lucro de R$ 30,1 bilhões, “o maior da história da mineração”, segundo a companhia.
A preocupação é que a mineradora possa orientar suas ações mais para atender aos objetivos do governo, prejudicando os acionistas.
O executivo
Murilo Ferreira tem 58 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.
O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração, tendo ingressado na Vale em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e Diretor Executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.
A indicação depende da aprovação do Conselho de Administração da Vale. Se aprovada, Ferreira assume o posto de diretor presidente a partir do dia 22 de maio, após o fim do mandato de Agnelli.
A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.
Levantamento é da consultoria Economatica.


A valorização das ações ordinárias, com direito a voto, da mineradora Vale foi de cerca de 834%, descontada a inflação, nos últimos dez anos - de 30 de junho de 2001, data em que o atual presidente da companhia, Roger Agnelli, assumiu o cargo, até segunda-feira, 4 de abril, quando Murilo Ferreira foi indicado para ocupar a presidência, a partir de 22 de maio. O novo nome foi indicado pelos acionistas controladores da Valepar e ainda terá de ser aprovado pelo Conselho de Administração da Vale.
O levantamento sobre a evolução dos papeis da companhia foi feito pela consultoria Economatica, a pedido do G1.
Quando comparada a rentabilidade dos papeis da mineradora com a das ações da gigante estatal Petrobras, a valorização, nesse período, foi praticamente o triplo. Enquanto as ações da Vale valorizaram 834%, as da Petrobras chegaram a 250%. Comportamento semelhante é observado nas ações preferenciais, sem direito a voto. Nos dez anos em análise, enquanto as ações da Vale valorizaram 765%, as da Petrobras avançaram 257%. No mesmo período, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), viu sua rentabilidade variar 155,5%. A Vale contabiliza, neste ano, 47 mil acionistas.
Quanto à evolução do valor de mercado das duas empresas, o da Vale foi de R$ 20,32 bilhões, em 30 de junho de 2001, para R$ 270,69 bilhões atualmente, considerando dados desta útlima segunda-feira. Já o valor da Petrobras foi de R$ 62,545 bilhões para R$ 404,387 bilhões no período, de acordo com levantamento da consultoria.
Hoje, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o valor de mercado da Vale em 2010 é superior à economia de países vizinhos como o Peru. No ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do país somou US$ 153,54 bilhões, o equivalente a aproximadamente R$ 247 bilhões.
Lucro
No ano passado, a Vale atingiu lucro líquido de US$ 17,3 bilhões – resultado superior ao registrado em 2001, de US$ 1,3 bilhão, quando Agnelli assumiu a mineradora. O lucro anunciado pela companhia foi o segundo maior registrado por uma empresa de capital aberto brasileira, segundo levantamento da Economatica, divulgado na época, feito com base nas informações apresentadas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em primeiro lugar, aparecia a Petrobras que, em 2008, teve lucro de R$ 32,98 bilhões.
Troca de comando
A indicação de Ferreira surpreendeu o mercado. O nome mais cotado era o de Tito Martins, que comanda a Vale no Canadá - onde substituiu o próprio Murilo Ferreira em 2008.
A campanha pela saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, cargo que o executivo ocupa desde 2001, começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima.
Em 2009, Lula criticou a Vale, defendendo que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro.
Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale.
O mercado teme que haja interferência política na Vale que, sob o comando de Roger Agnelli, chegou à posição de segunda maior mineradora do mundo e maior exportadora brasileira. Em 2010, a empresa registrou lucro de R$ 30,1 bilhões, “o maior da história da mineração”, segundo a companhia.
A preocupação é que a mineradora possa orientar suas ações mais para atender aos objetivos do governo, prejudicando os acionistas.
O executivo
Murilo Ferreira tem 58 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.
O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração, tendo ingressado na Vale em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e Diretor Executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.
A indicação depende da aprovação do Conselho de Administração da Vale. Se aprovada, Ferreira assume o posto de diretor presidente a partir do dia 22 de maio, após o fim do mandato de Agnelli.
A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Tropa de Elite
[1] Ontem vi o tão falado Tropa de Elite. Dado o meu “vasto” conhecimento sobre cinema, me restringirei aos seguintes comentários: o filme é bom, não gosto daqueles movimentos de câmera alucinantes e próximos dos personagens como na cena do tiroteio no baile funk, e Chuck Norris é uma bichinha perto do Capitão Nascimento. Em relação ao filme propriamente dito é só... O que eu queria comentar melhor, sob uma ótica liberal, é sobre os BOPES do Brasil e mundo afora e a tal guerra que eles dizem travar.
[2] Antes uma pequena divagação teórica. Suponha que A tenha propriedade sobre X e B invada essa propriedade. A então teria uma reclamação legitima contra B (reclamação cujo mínimo é a devolução ou reparação da propriedade invadida). A tem direito a ele próprio executar essa reclamação ou pode passar para que terceiros assim o façam (aliás, essa proposição é a base da idéia de governo como um contrato criado para garantir os direitos dos seus “contratantes”). Para simplificar, imagine que A mesmo vá atrás de B para reaver suas propriedades ou executar sua reclamação legitima (como dizem por ai, A fará justiça com as próprias mãos). Coloquemos um terceiro individuo C. C não tem nada a ver com A e nem com B, a não ser pelo fato de saber onde B se encontra. Pode A invadir alguma propriedade de C para obter tal informação? A só pode perseguir B porque B violou sua propriedade. C, um não invasor, não tem absolutamente nenhuma reclamação a ser paga para A, e portanto não pode ser alvo de reclamação alguma deste. Logo a caçada de A não lhe dá direito algum de reclamar propriedades de C. Isso vale para qualquer tipo de “ajuda” que A venha a precisar de C.
[3] Mudemos o exemplo agora, suponha novamente que A tenha propriedade sobre X e B inicie uma invasão. O que A pode legitimamente fazer? Segue do fato de A ser proprietário de X que A tem o direito a manter X. Em um contexto de invasão, isso significa que A pode usar a força para parar a invasão de B (ou seja, se defender e manter X). Qual força? No momento da invasão aquela que é estritamente necessária para parar a invasão, afinal, o uso da força contra B só se torna legitima por se tratar da manutenção de X sob invasão, um exercício da propriedade sobre X. Quando o uso da força perde a função de parar a invasão, ela deixa de ser válida e passa a ser uma agressão aos direitos de B.
[4] Dentro do esquema acima voltemos para a questão do BOPE e da guerra contra as drogas. Para simplificar, comecemos do inicio “dos tempos”: um traficante de drogas será um sujeito que vende drogas para adultos e somente isso. Esse será o único crime, dentro da legislação atual, que ele estaria cometendo. A primeira questão a ser respondida é: o traficante de drogas invade a propriedade de alguém ao vender drogas? A resposta óbvia é não. Quem compra as drogas e as consome viola a propriedade de alguém? A resposta também é não, apesar de aqui muita gente não a achar tão óbvia, o que eu considero um erro. Dizem que um consumidor de drogas acabará roubando, matando para obter o dinheiro para a compra. É um argumento errado: o consumo em si das drogas não tem como conseqüência certa e inevitável o roubo ou assassinato de ninguém. O desejo por drogas certamente pode ser um motivo do roubo, mas um não é o mesmo que o outro e, além disso, as pessoas também roubam para comprar tênis Nike, comprar mansões, carros de luxo ou mesmo comida e ninguém defende a proibição da venda de nenhum desses bens com esse argumento.
[5] Dado que o traficante e o consumidor não invadem a propriedade de ninguém, estão apenas exercendo seus próprios direitos de propriedade, assim não há nenhuma reclamação legitima de terceiros sobre suas propriedades. Isso significa que o uso da força contra traficantes e consumidores de drogas (no caso através da policia), por venderem e consumirem drogas é um ato de agressão e, portanto ilegítimo. Se existe uma guerra contra a venda e consumo de drogas, como o filme diz, essa guerra é ilegítima. Isso nos leva a outro ponto: os traficantes e consumidores de drogas têm direito de se autodefenderem, eles seriam os “mocinhos” e não os bandidos, a guerra legitima seria a dos traficantes e consumidores de drogas contra o agressor, no caso a policia. No entanto aqui é necessária bastante calma na hora de transferir a conclusão para o que ocorre no “mundo real”: a autodefesa dos traficantes e dos consumidores não permite o uso da força contra terceiros que não praticam a agressão contra eles. É importante ressaltar isso porque os defensores da proibição das drogas e da truculência policial (para usar um termo suave) que o filme mostra adoram ressaltar que do outro lado o que temos são bandidos que matam e não “anjinhos”. Como eu disse no inicio, o que se está analisando é estritamente a questão da venda e consumo de drogas e isso não gera como conseqüência inevitável e certa assassinar ninguém. Os traficantes relatados no filme, como o Baiano, que matam e roubam, são tão criminosos quanto qualquer outro que roube e mate, mas é por esses atos que eles são criminosos, não por venderem drogas. A suposta guerra nobre que o BOPE trava contra as drogas (veja bem, contra as drogas!) é uma guerra ilegítima logo de inicio.
[6] Mas supondo que tal guerra contra as drogas seja legitima a segunda questão que surgiria, seria: direitos de terceiros, que não participam da venda ou compra podem ser violados? A resposta é claramente não. Peguemos a cena da tortura da namorada do Baiano. Ela se encaixa no exemplo do começo do texto sobre “extrair informação” invadindo a propriedade do possuidor da informação. A namorada do Baiano usa seu corpo da maneira que bem entender, inclusive mantendo a boca fechada e não dizendo nada. Os policiais não teriam direito algum em usar a força. Alguém pode apelar para a cumplicidade com o crime no caso, mas isso não procede: primeiro porque dado que a namorada do sujeito não participa diretamente da atividade agressora do marido, ela não cometeu agressão alguma contra ninguém. Segundo porque mesmo que valha a cumplicidade, ela é obrigada a pagar pela cumplicidade, não ser agredida por não revelar qualquer outra coisa.
[7] Outra característica da policia mostrada no filme, bastante defendida, e que tem a ver com a questão da violação de direitos de terceiros, é o famoso “atirar antes de perguntar”. Em todos os exemplos teóricos do começo do texto partimos do pressuposto que, segundo algum critério de provas, a invasão de propriedade tenha acontecido e demonstrada. Mas e quando A, por exemplo, não sabe quem invadiu sua propriedade. Pode ele atirar antes de perguntar? A resposta é não. Sem entrar em considerações sobre a intensidade da força usada na invasão inicial e a intensidade usada no revide, A tem uma reclamação legitima contra o suposto invasor, mas para alguém se tornar de fato o invasor é necessário provar que esse alguém é o invasor. Se, sem demonstrar (através de um procedimento de provas considerado “correto”) que B é o invasor, A usar a força contra B isso se torna uma agressão simplesmente porque B não é um invasor. Isso pode parecer estranho porque nós, na posição de “sobre-humanos” desenhando exemplos, vendo tudo que ocorre, sabemos que B é ou não culpado porque nós determinamos isso. Mas no mundo real, sem pessoas oniscientes, o que define a culpa ou não de B é um determinado procedimento de comprovação. Suponha que no nosso mundo teórico, A use a força contra B por supor que ele é culpado pela invasão quando ele (B) é, de fato, culpado e B sabe que A não tem conhecimento de sua culpa. B então entra com um processo contra A. Como A se “livraria”? Provando que B era de fato o invasor. Mas e se ele não conseguir provar? Seu ato então será considerado uma agressão e A acabará sendo alvo de uma reclamação legitima de B. Nessa posição, seria a solução mais vantajosa para A só usar a força contra B quando provasse a culpa de B. Mas poderia acontecer de A usar antes de provar e acabar acertando (no nosso exemplo ele acertaria). Do ponto de vista liberal, eticamente qual norma seria superior? Sair por ai atirando e perguntando depois e caso errasse receber a punição adequada e se acertasse tudo bem ou ser proibido o “atirar e perguntar depois”? Antes, é importante lembrar que muita gente que defende o atirar e perguntar depois se esquece da parte do punir o cara que erra. São vitimas de guerra! E guerra é guerra!
[8] Voltando a pergunta, uma resposta mais completa exigiria um outro texto, mas com um exemplo simples podemos chegar a uma conclusão: A ética liberal considera o direito de propriedade absoluto. Antiético e injusto é invadir esses direitos. A tem propriedade sobre RS100. Vamos supor que B venha e tome os R$100 de A, mas no final da tarde volte e devolva os R$100 + juros. A situação com a devolução de B equivale eticamente à situação inicial sem roubo? Muitos responderiam que sim. Mas imagine que constantemente isso ocorra: B chega lá, leva embora os R$100 diários e depois devolve um valor especificado em lei. Que espécie de direito de propriedade seria esse onde o proprietário pode ser agredido dessa forma só porque no final da tarde o ladrão volta e “devolve o que roubou”? Onde fica a própria definição de propriedade (total controle e disposição sobre o bem)? Dada essas considerações a resposta é não, não se equivalem eticamente afinal o direito de propriedade de A sobre os R$100 foi violado e não se tem como “voltar” ou apagar tal violação: naquele instante, A não queria liberar os R$100 e foi agredido. Voltando então ao nosso problema: atirar antes de perguntar e depois (obviamente supondo que o sujeito não morra, para simplificar), compensar isso de alguma forma é equivalente eticamente a não atirar? Pelos mesmos problemas gerados no caso dos R$100 – relativização ou mesmo contradição com a própria definição de direitos de propriedade, a resposta é não. Eticamente a proposição de que não vale atirar antes e depois perguntar é superior a de atirar e depois perguntar se é culpado e compensar caso erre. Importante lembrar duas coisas: primeiro, a norma analisada é a “atirar antes de perguntar” e compensar caso erre. É claro que o atirar antes de perguntar e não compensar caso erre é eticamente inferior as duas que foram focadas. E segundo, ignorei o problema da veracidade da confissão de culpa de alguém que é perguntado depois de levar um tiro e ser ameaçado de levar mais.
[9] Com a questão do “atirar e perguntar depois” e da tortura que tratam da violação de direitos de terceiro encerro o texto. A polícia do filme, aplaudida por muitos, tortura e em termos liberais acredito que a tortura seja inaceitável. A polícia do filme atira antes de perguntar, invade casas e essas coisas, também acredito, são inaceitáveis. Os defensores da policia do filme argumentam que isso é uma guerra, e na guerra vale tudo. Mas para inicio de conversa, essa guerra não é legitima, é uma guerra injusta. E mesmo se fosse uma guerra justa, não, isso não justificaria nenhuma violação de direitos de terceiro porque se ocorresse deixaria de ser uma guerra justa. Infelizmente não é só a policia do filme que se comporta dessa maneira. Quem não se lembra, por exemplo, do massacre realizado nos subúrbios em São Paulo quando ocorreu a rebelião do PCC. E infelizmente não é só o desrespeito de direitos cometidos pela policia do filme que possui defensores. E para piorar muitos desses defensores se dizem liberais.
fonte: http://depositode.blogspot.com/2007/10/ontem-fui-ver-o-to-falado-tropa-de.html
[2] Antes uma pequena divagação teórica. Suponha que A tenha propriedade sobre X e B invada essa propriedade. A então teria uma reclamação legitima contra B (reclamação cujo mínimo é a devolução ou reparação da propriedade invadida). A tem direito a ele próprio executar essa reclamação ou pode passar para que terceiros assim o façam (aliás, essa proposição é a base da idéia de governo como um contrato criado para garantir os direitos dos seus “contratantes”). Para simplificar, imagine que A mesmo vá atrás de B para reaver suas propriedades ou executar sua reclamação legitima (como dizem por ai, A fará justiça com as próprias mãos). Coloquemos um terceiro individuo C. C não tem nada a ver com A e nem com B, a não ser pelo fato de saber onde B se encontra. Pode A invadir alguma propriedade de C para obter tal informação? A só pode perseguir B porque B violou sua propriedade. C, um não invasor, não tem absolutamente nenhuma reclamação a ser paga para A, e portanto não pode ser alvo de reclamação alguma deste. Logo a caçada de A não lhe dá direito algum de reclamar propriedades de C. Isso vale para qualquer tipo de “ajuda” que A venha a precisar de C.
[3] Mudemos o exemplo agora, suponha novamente que A tenha propriedade sobre X e B inicie uma invasão. O que A pode legitimamente fazer? Segue do fato de A ser proprietário de X que A tem o direito a manter X. Em um contexto de invasão, isso significa que A pode usar a força para parar a invasão de B (ou seja, se defender e manter X). Qual força? No momento da invasão aquela que é estritamente necessária para parar a invasão, afinal, o uso da força contra B só se torna legitima por se tratar da manutenção de X sob invasão, um exercício da propriedade sobre X. Quando o uso da força perde a função de parar a invasão, ela deixa de ser válida e passa a ser uma agressão aos direitos de B.
[4] Dentro do esquema acima voltemos para a questão do BOPE e da guerra contra as drogas. Para simplificar, comecemos do inicio “dos tempos”: um traficante de drogas será um sujeito que vende drogas para adultos e somente isso. Esse será o único crime, dentro da legislação atual, que ele estaria cometendo. A primeira questão a ser respondida é: o traficante de drogas invade a propriedade de alguém ao vender drogas? A resposta óbvia é não. Quem compra as drogas e as consome viola a propriedade de alguém? A resposta também é não, apesar de aqui muita gente não a achar tão óbvia, o que eu considero um erro. Dizem que um consumidor de drogas acabará roubando, matando para obter o dinheiro para a compra. É um argumento errado: o consumo em si das drogas não tem como conseqüência certa e inevitável o roubo ou assassinato de ninguém. O desejo por drogas certamente pode ser um motivo do roubo, mas um não é o mesmo que o outro e, além disso, as pessoas também roubam para comprar tênis Nike, comprar mansões, carros de luxo ou mesmo comida e ninguém defende a proibição da venda de nenhum desses bens com esse argumento.
[5] Dado que o traficante e o consumidor não invadem a propriedade de ninguém, estão apenas exercendo seus próprios direitos de propriedade, assim não há nenhuma reclamação legitima de terceiros sobre suas propriedades. Isso significa que o uso da força contra traficantes e consumidores de drogas (no caso através da policia), por venderem e consumirem drogas é um ato de agressão e, portanto ilegítimo. Se existe uma guerra contra a venda e consumo de drogas, como o filme diz, essa guerra é ilegítima. Isso nos leva a outro ponto: os traficantes e consumidores de drogas têm direito de se autodefenderem, eles seriam os “mocinhos” e não os bandidos, a guerra legitima seria a dos traficantes e consumidores de drogas contra o agressor, no caso a policia. No entanto aqui é necessária bastante calma na hora de transferir a conclusão para o que ocorre no “mundo real”: a autodefesa dos traficantes e dos consumidores não permite o uso da força contra terceiros que não praticam a agressão contra eles. É importante ressaltar isso porque os defensores da proibição das drogas e da truculência policial (para usar um termo suave) que o filme mostra adoram ressaltar que do outro lado o que temos são bandidos que matam e não “anjinhos”. Como eu disse no inicio, o que se está analisando é estritamente a questão da venda e consumo de drogas e isso não gera como conseqüência inevitável e certa assassinar ninguém. Os traficantes relatados no filme, como o Baiano, que matam e roubam, são tão criminosos quanto qualquer outro que roube e mate, mas é por esses atos que eles são criminosos, não por venderem drogas. A suposta guerra nobre que o BOPE trava contra as drogas (veja bem, contra as drogas!) é uma guerra ilegítima logo de inicio.
[6] Mas supondo que tal guerra contra as drogas seja legitima a segunda questão que surgiria, seria: direitos de terceiros, que não participam da venda ou compra podem ser violados? A resposta é claramente não. Peguemos a cena da tortura da namorada do Baiano. Ela se encaixa no exemplo do começo do texto sobre “extrair informação” invadindo a propriedade do possuidor da informação. A namorada do Baiano usa seu corpo da maneira que bem entender, inclusive mantendo a boca fechada e não dizendo nada. Os policiais não teriam direito algum em usar a força. Alguém pode apelar para a cumplicidade com o crime no caso, mas isso não procede: primeiro porque dado que a namorada do sujeito não participa diretamente da atividade agressora do marido, ela não cometeu agressão alguma contra ninguém. Segundo porque mesmo que valha a cumplicidade, ela é obrigada a pagar pela cumplicidade, não ser agredida por não revelar qualquer outra coisa.
[7] Outra característica da policia mostrada no filme, bastante defendida, e que tem a ver com a questão da violação de direitos de terceiros, é o famoso “atirar antes de perguntar”. Em todos os exemplos teóricos do começo do texto partimos do pressuposto que, segundo algum critério de provas, a invasão de propriedade tenha acontecido e demonstrada. Mas e quando A, por exemplo, não sabe quem invadiu sua propriedade. Pode ele atirar antes de perguntar? A resposta é não. Sem entrar em considerações sobre a intensidade da força usada na invasão inicial e a intensidade usada no revide, A tem uma reclamação legitima contra o suposto invasor, mas para alguém se tornar de fato o invasor é necessário provar que esse alguém é o invasor. Se, sem demonstrar (através de um procedimento de provas considerado “correto”) que B é o invasor, A usar a força contra B isso se torna uma agressão simplesmente porque B não é um invasor. Isso pode parecer estranho porque nós, na posição de “sobre-humanos” desenhando exemplos, vendo tudo que ocorre, sabemos que B é ou não culpado porque nós determinamos isso. Mas no mundo real, sem pessoas oniscientes, o que define a culpa ou não de B é um determinado procedimento de comprovação. Suponha que no nosso mundo teórico, A use a força contra B por supor que ele é culpado pela invasão quando ele (B) é, de fato, culpado e B sabe que A não tem conhecimento de sua culpa. B então entra com um processo contra A. Como A se “livraria”? Provando que B era de fato o invasor. Mas e se ele não conseguir provar? Seu ato então será considerado uma agressão e A acabará sendo alvo de uma reclamação legitima de B. Nessa posição, seria a solução mais vantajosa para A só usar a força contra B quando provasse a culpa de B. Mas poderia acontecer de A usar antes de provar e acabar acertando (no nosso exemplo ele acertaria). Do ponto de vista liberal, eticamente qual norma seria superior? Sair por ai atirando e perguntando depois e caso errasse receber a punição adequada e se acertasse tudo bem ou ser proibido o “atirar e perguntar depois”? Antes, é importante lembrar que muita gente que defende o atirar e perguntar depois se esquece da parte do punir o cara que erra. São vitimas de guerra! E guerra é guerra!
[8] Voltando a pergunta, uma resposta mais completa exigiria um outro texto, mas com um exemplo simples podemos chegar a uma conclusão: A ética liberal considera o direito de propriedade absoluto. Antiético e injusto é invadir esses direitos. A tem propriedade sobre RS100. Vamos supor que B venha e tome os R$100 de A, mas no final da tarde volte e devolva os R$100 + juros. A situação com a devolução de B equivale eticamente à situação inicial sem roubo? Muitos responderiam que sim. Mas imagine que constantemente isso ocorra: B chega lá, leva embora os R$100 diários e depois devolve um valor especificado em lei. Que espécie de direito de propriedade seria esse onde o proprietário pode ser agredido dessa forma só porque no final da tarde o ladrão volta e “devolve o que roubou”? Onde fica a própria definição de propriedade (total controle e disposição sobre o bem)? Dada essas considerações a resposta é não, não se equivalem eticamente afinal o direito de propriedade de A sobre os R$100 foi violado e não se tem como “voltar” ou apagar tal violação: naquele instante, A não queria liberar os R$100 e foi agredido. Voltando então ao nosso problema: atirar antes de perguntar e depois (obviamente supondo que o sujeito não morra, para simplificar), compensar isso de alguma forma é equivalente eticamente a não atirar? Pelos mesmos problemas gerados no caso dos R$100 – relativização ou mesmo contradição com a própria definição de direitos de propriedade, a resposta é não. Eticamente a proposição de que não vale atirar antes e depois perguntar é superior a de atirar e depois perguntar se é culpado e compensar caso erre. Importante lembrar duas coisas: primeiro, a norma analisada é a “atirar antes de perguntar” e compensar caso erre. É claro que o atirar antes de perguntar e não compensar caso erre é eticamente inferior as duas que foram focadas. E segundo, ignorei o problema da veracidade da confissão de culpa de alguém que é perguntado depois de levar um tiro e ser ameaçado de levar mais.
[9] Com a questão do “atirar e perguntar depois” e da tortura que tratam da violação de direitos de terceiro encerro o texto. A polícia do filme, aplaudida por muitos, tortura e em termos liberais acredito que a tortura seja inaceitável. A polícia do filme atira antes de perguntar, invade casas e essas coisas, também acredito, são inaceitáveis. Os defensores da policia do filme argumentam que isso é uma guerra, e na guerra vale tudo. Mas para inicio de conversa, essa guerra não é legitima, é uma guerra injusta. E mesmo se fosse uma guerra justa, não, isso não justificaria nenhuma violação de direitos de terceiro porque se ocorresse deixaria de ser uma guerra justa. Infelizmente não é só a policia do filme que se comporta dessa maneira. Quem não se lembra, por exemplo, do massacre realizado nos subúrbios em São Paulo quando ocorreu a rebelião do PCC. E infelizmente não é só o desrespeito de direitos cometidos pela policia do filme que possui defensores. E para piorar muitos desses defensores se dizem liberais.
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Radiohead, Caridade e Liberalismo
A banda inglesa Radiohead anunciou que irá vender seu novo disco de uma forma, digamos, pouco convencional. Quem estiver interessado no novo trabalho deverá entrar no site da banda e baixar à vontade as músicas. Logo em seguida o internauta será “convidado” a pagar pelos downloads o valor que desejar (incluindo zero!).
Não sei se a iniciativa dará certo ou errado em termos de lucratividade, mas causou uma verdadeira comoção entre aqueles que bradam pelo fim das grandes gravadoras, contra a cultura como mercadoria e outras coisas do tipo. Alguns socialistas/comunistas tomaram a atitude como uma espécie de bandeira a ser seguida, uma forma de revolta “anticapitalista”, anti-mercado. Visão parecida também ocorre em relação a cooperativas, caridade, ONGs e “trabalhos voluntários”. Todos esses arranjos e comportamentos são vistos, em menor ou maior grau, dependendo do socialista em questão, como anti-mercado, anticapitalista. Nunca se sabe muito bem o que um socialista quer dizer por “capitalista”; são tantas as definições, cada um usa uma... capitalismo acabou se tornando a palavra que representa “aquilo que é ruim”, assim como burguês para os marxistas ou neoliberal para a dita esquerda nacional.
Se tais comportamentos e arranjos podem ser considerados anticapitalistas por alguma definição bem restrita que se use por aí, certamente essas ações não são antiliberais e nem anti-mercado. Dado que o Radiohead tem direito de propriedade sobre sua produção ou pelo menos em relação à distribuição comercial (através de copyright, por exemplo), eles podem vender músicas ao preço que bem entenderem, até zero ou, como fizeram, aceitar qualquer valor que os consumidores ofereçam. É um uso legitimo de suas propriedades. Como se pode perceber o mesmo vale para cooperativas, ONGs, trabalhos voluntários. Se um grupo de cinco trabalhadores resolve, com seus ativos, fundar uma empresa onde os cinco são donos e colocam como regra que cada novo admitido também passa a ser dono, está apenas fazendo o uso considerado mais adequado de suas propriedades. Nada pode ser dito de um ponto de vista liberal contra tal ação. No entanto, geralmente, cooperativas são vistas como “iniciativa socialista”. O mesmo ocorre com a questão da caridade e de uma suposta obrigação moral do rico ajudar o pobre. A versão mais famosa desse erro é a já conhecida tese de que “Jesus Cristo seria o primeiro socialista”, muito defendida por socialistas cristãos da teologia da libertação. O erro fundamental é o mesmo: caridade é um ato voluntário, um uso adequado, do ponto de vista do proprietário, dos seus bens.
Tanto o erro de classificação no caso da venda exótica do Radiohead quanto os erros em relação a cooperativas, caridade seriam inofensivos se eles não levassem a uma conseqüência nefasta: a de se tratar como igualmente legítimos atos voluntários e atos coercitivos que visam o mesmo fim. Ato de caridade passa a ser equiparável eticamente a distribuição de renda realizada pelo governo. Ter acesso a discos de graça porque o ofertante assim quis passa a ser equivalente a obrigar outros a financiarem acesso a discos de graça. Construir cooperativas se torna igual a estatizar ou desapropriar fabricas para criação de cooperativas. Se os primeiros são legítimos, os segundos também passam a ser porque visam o mesmo fim. Nada mais errado. A ilegitimidade das ações estatais distributivas, das regulações de mercado que tanto agradam os socialistas não está no fim que pretendem, está no meio usado: a coerção, a invasão de propriedade. Imaginem que, por exemplo, o dono da GM tenha um surto de “bondade” e decida pagar aos seus funcionários um salário muito maior que o de mercado. Aumentar salário de operário é uma bandeira geralmente associada aos socialistas, mas um liberal teria algum motivo ético para reprovar o surto de bondade do dono da GM? A resposta é não. O dono da GM faz com seus bens o que bem entender e isso inclui fazer “caridade” para quem ele quiser. Algo completamente diferente é obrigar a GM a pagar maiores salários aos seus funcionários. As duas coisas levam ao mesmo resultado (pelo menos aparentemente), mas só o primeiro modo é condizente com princípios liberais porque não viola direito de propriedade algum.
A iniciativa do Radiohead apesar de agradar os “anti-mercadistas”, anticapitalistas, não tem nada de conflitante com os princípios que esse mesmo pessoal repudia nos seus ataques ao mercado e ao capitalismo. É tão somente o exercício do odiado direito de propriedade, base do sistema de mercado alvo predileto das criticas. No entanto a defesa da tese de que seria uma “rebelião anti-mercado” como muitos socialistas disseram ou apoiaram acaba contribuindo para a confusão ética que gera legitimidade para muitas ações de governos que se fossem mais bem analisadas seriam consideradas extremamente antiéticas. O exemplo clássico, como já foi dito, é a questão da caridade. Se caridade é algo bom e nobre, a distribuição estatal de renda também é. Essa transferência perversa de legitimidade é a principal conseqüência do erro envolvendo a classificação como anti-mercado da venda exótica do Radiohead. Seria igualmente legitimo o consumidor obter discos à preço zero porque os ofertantes por livre e espontânea vontade dão esses discos (ou seja, dentro dos princípios de mercado) ou porque alguém obriga outros a financiar discos à preço zero (princípios anti-mercado). Se obter discos à preço zero (discos aqui servindo como um termo para algo mais genérico como cultura) é uma bandeira socialista, não é a mesma coisa chegar a isso porque os produtores de tais bens assim o querem ou chegar à isso através da coerção. O liberal apóia o primeiro, mas repudia o segundo. O primeiro (como foi o caso do Radiohead) está completamente dentro dos mesmos princípios que originam e mantém os mercados, o segundo não. Isso ainda desconsiderando a hipótese de que tudo isso não passa de uma jogada de marketing para conquistar o apoio, digo, dinheiro, dos fãs que na sua maioria são “politizados” e entusiastas de práticas como essa. Se esse for o caso, bem, nem as gigantescas e malvadas gravadoras tiveram tão maquiavélica idéia.
fonte: http://depositode.blogspot.com/2007/10/radiohead-caridade-e-liberalismo.html
2 comentários:
Thomas H. Kang disse...
Os socialistas, não sendo liberais, podem perfeitamente adotar uma ética conseqüencialista na qual apenas o que de fato se realiza importa na avaliação ética. Portanto, se por meio de caridade (que é voluntária) ou redistribuição de propriedade, atinge-se o mesmo fim, não há nenhum problema na ótica de quem pensa assim.
Mas aí temos visões éticas diferentes. Pelo jeito, tu defendes que a tua visão é um princípio ético universal (nada mais kantiano...)
o problema do libertarianismo (perdão pelo neologismo) é aquilo que sempre falo, ele negligencia as conseqüências. Mesmo que tu afirme que adotar os princípios libertários seja conseqüencialmente benéfico, na hora de julgar um estado de coisas em que no limite tu tenha que escolher entre o princípio ou a conseqüência, tu vais ficar com o princípio. Tal limite é bem exemplificado nas piadas que se fazem em torno do imperativo categórico kantiano por exemplo. Como dizem os biógrafos de Kant, a doutrina moral dele tem relação forte com a moral pietista por ele herdada. Falo mais de Kant porque conheço um pouquinho mais (isso que não conheço nada de coisa alguma em filosofia na real).
abs
Não sei se a iniciativa dará certo ou errado em termos de lucratividade, mas causou uma verdadeira comoção entre aqueles que bradam pelo fim das grandes gravadoras, contra a cultura como mercadoria e outras coisas do tipo. Alguns socialistas/comunistas tomaram a atitude como uma espécie de bandeira a ser seguida, uma forma de revolta “anticapitalista”, anti-mercado. Visão parecida também ocorre em relação a cooperativas, caridade, ONGs e “trabalhos voluntários”. Todos esses arranjos e comportamentos são vistos, em menor ou maior grau, dependendo do socialista em questão, como anti-mercado, anticapitalista. Nunca se sabe muito bem o que um socialista quer dizer por “capitalista”; são tantas as definições, cada um usa uma... capitalismo acabou se tornando a palavra que representa “aquilo que é ruim”, assim como burguês para os marxistas ou neoliberal para a dita esquerda nacional.
Se tais comportamentos e arranjos podem ser considerados anticapitalistas por alguma definição bem restrita que se use por aí, certamente essas ações não são antiliberais e nem anti-mercado. Dado que o Radiohead tem direito de propriedade sobre sua produção ou pelo menos em relação à distribuição comercial (através de copyright, por exemplo), eles podem vender músicas ao preço que bem entenderem, até zero ou, como fizeram, aceitar qualquer valor que os consumidores ofereçam. É um uso legitimo de suas propriedades. Como se pode perceber o mesmo vale para cooperativas, ONGs, trabalhos voluntários. Se um grupo de cinco trabalhadores resolve, com seus ativos, fundar uma empresa onde os cinco são donos e colocam como regra que cada novo admitido também passa a ser dono, está apenas fazendo o uso considerado mais adequado de suas propriedades. Nada pode ser dito de um ponto de vista liberal contra tal ação. No entanto, geralmente, cooperativas são vistas como “iniciativa socialista”. O mesmo ocorre com a questão da caridade e de uma suposta obrigação moral do rico ajudar o pobre. A versão mais famosa desse erro é a já conhecida tese de que “Jesus Cristo seria o primeiro socialista”, muito defendida por socialistas cristãos da teologia da libertação. O erro fundamental é o mesmo: caridade é um ato voluntário, um uso adequado, do ponto de vista do proprietário, dos seus bens.
Tanto o erro de classificação no caso da venda exótica do Radiohead quanto os erros em relação a cooperativas, caridade seriam inofensivos se eles não levassem a uma conseqüência nefasta: a de se tratar como igualmente legítimos atos voluntários e atos coercitivos que visam o mesmo fim. Ato de caridade passa a ser equiparável eticamente a distribuição de renda realizada pelo governo. Ter acesso a discos de graça porque o ofertante assim quis passa a ser equivalente a obrigar outros a financiarem acesso a discos de graça. Construir cooperativas se torna igual a estatizar ou desapropriar fabricas para criação de cooperativas. Se os primeiros são legítimos, os segundos também passam a ser porque visam o mesmo fim. Nada mais errado. A ilegitimidade das ações estatais distributivas, das regulações de mercado que tanto agradam os socialistas não está no fim que pretendem, está no meio usado: a coerção, a invasão de propriedade. Imaginem que, por exemplo, o dono da GM tenha um surto de “bondade” e decida pagar aos seus funcionários um salário muito maior que o de mercado. Aumentar salário de operário é uma bandeira geralmente associada aos socialistas, mas um liberal teria algum motivo ético para reprovar o surto de bondade do dono da GM? A resposta é não. O dono da GM faz com seus bens o que bem entender e isso inclui fazer “caridade” para quem ele quiser. Algo completamente diferente é obrigar a GM a pagar maiores salários aos seus funcionários. As duas coisas levam ao mesmo resultado (pelo menos aparentemente), mas só o primeiro modo é condizente com princípios liberais porque não viola direito de propriedade algum.
A iniciativa do Radiohead apesar de agradar os “anti-mercadistas”, anticapitalistas, não tem nada de conflitante com os princípios que esse mesmo pessoal repudia nos seus ataques ao mercado e ao capitalismo. É tão somente o exercício do odiado direito de propriedade, base do sistema de mercado alvo predileto das criticas. No entanto a defesa da tese de que seria uma “rebelião anti-mercado” como muitos socialistas disseram ou apoiaram acaba contribuindo para a confusão ética que gera legitimidade para muitas ações de governos que se fossem mais bem analisadas seriam consideradas extremamente antiéticas. O exemplo clássico, como já foi dito, é a questão da caridade. Se caridade é algo bom e nobre, a distribuição estatal de renda também é. Essa transferência perversa de legitimidade é a principal conseqüência do erro envolvendo a classificação como anti-mercado da venda exótica do Radiohead. Seria igualmente legitimo o consumidor obter discos à preço zero porque os ofertantes por livre e espontânea vontade dão esses discos (ou seja, dentro dos princípios de mercado) ou porque alguém obriga outros a financiar discos à preço zero (princípios anti-mercado). Se obter discos à preço zero (discos aqui servindo como um termo para algo mais genérico como cultura) é uma bandeira socialista, não é a mesma coisa chegar a isso porque os produtores de tais bens assim o querem ou chegar à isso através da coerção. O liberal apóia o primeiro, mas repudia o segundo. O primeiro (como foi o caso do Radiohead) está completamente dentro dos mesmos princípios que originam e mantém os mercados, o segundo não. Isso ainda desconsiderando a hipótese de que tudo isso não passa de uma jogada de marketing para conquistar o apoio, digo, dinheiro, dos fãs que na sua maioria são “politizados” e entusiastas de práticas como essa. Se esse for o caso, bem, nem as gigantescas e malvadas gravadoras tiveram tão maquiavélica idéia.
fonte: http://depositode.blogspot.com/2007/10/radiohead-caridade-e-liberalismo.html
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Thomas H. Kang disse...
Os socialistas, não sendo liberais, podem perfeitamente adotar uma ética conseqüencialista na qual apenas o que de fato se realiza importa na avaliação ética. Portanto, se por meio de caridade (que é voluntária) ou redistribuição de propriedade, atinge-se o mesmo fim, não há nenhum problema na ótica de quem pensa assim.
Mas aí temos visões éticas diferentes. Pelo jeito, tu defendes que a tua visão é um princípio ético universal (nada mais kantiano...)
o problema do libertarianismo (perdão pelo neologismo) é aquilo que sempre falo, ele negligencia as conseqüências. Mesmo que tu afirme que adotar os princípios libertários seja conseqüencialmente benéfico, na hora de julgar um estado de coisas em que no limite tu tenha que escolher entre o princípio ou a conseqüência, tu vais ficar com o princípio. Tal limite é bem exemplificado nas piadas que se fazem em torno do imperativo categórico kantiano por exemplo. Como dizem os biógrafos de Kant, a doutrina moral dele tem relação forte com a moral pietista por ele herdada. Falo mais de Kant porque conheço um pouquinho mais (isso que não conheço nada de coisa alguma em filosofia na real).
abs
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