Fatores genéticos e ambientais são suspeitos de causarem as transformações.
Um estudo canadense publicado na revista especializada Biological Psychiatry sugere que o cérebro das pessoas que cometem suicídio é quimicamente diferente daqueles de pessoas que morrem por outras causas.
Para chegar à conclusão da pesquisa, os cientistas analisaram o tecido do cérebro de 20 pessoas mortas. Deste total, dez pessoas sofriam de depressão e cometeram suicídio. Os pesquisadores constataram que os indivíduos que se mataram apresentavam um nível muito maior de um processo que afeta o comportamento, a metilação.
Em outras palavras, foi desvendado que o DNA das pessoas que haviam se suicidado vinha sendo quimicamente modificado pelo processo que, normalmente, tem a função de controlar o desenvolvimento das células. Tal processo recebe o nome de metilação. A metilação desliga genes específicos em uma célula para que outros genes possam determinar, por exemplo, que a célula se tornará uma célula da pele, e não do coração.
O índice de metilação no cérebro dos suicidas era quase dez vezes maior, se comparado aos demais cérebros analisados. Além disso, foi identificado que o gene que estava sendo desligado era um receptor químico de mensagens, que tem papel importante na regulação de comportamento.
Os estudiosos sugerem que esta reprogramação genética pode contribuir para o surgimento dos principais distúrbios depressivos. A descoberta ainda auxilia em futuras pesquisas sobre tratamentos para depressão e tendências suicidas.
Até o momento, os cientistas das Universidades de Western Ontario, Carleton e Ottawa suspeitam que fatores ambientais influenciem nas mudanças cerebrais. Pesquisas anteriores já haviam apontado que mudanças no processo de metilação podem ser causadas por uma combinação de fatores genéticos e ambientais chamados epigenéticos.
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